A literatura a partir da visão crítica de Antônio Cândido (2011) defendia que era possível admiti-la como produto dos pensamentos e sentimentos de cada sociedade. Logo, essa literatura vai sendo definida pelos costumes e culturas daquele povo, em uma determinada época, refratando diretamente os traços socioculturais e políticos a respeito dos impulsos dramáticos de uma sociedade de valores. Para o estudo da literatura de forma efetiva e proveitosa, é preciso entender de fato como se constituiria dentro de um contexto social, assim, é possível propor uma investigação sobre temática amorosa na lírica do texto ácaro, Marília de Dirceu ([1972] 2013), de Tomás Antônio Gonzaga, sobre a categoria temática do amor na literatura do período do Arcadismo no Brasil. Para atingir ao objetivo pré-estabelecido, toma-se como metodologia de cunho qualitativo a pesquisa descritiva- bibliográfica (PAIVA, 2019). Para este estudo, lança-se mão dos pressupostos teóricos postulados por pelo crítico literário Antônio Cândido (2009 e 2011), Coutinho (1911), Pontes (2021) e Freire (1759) abordando sobre a literatura árcade no cenário brasileiro, bem como as características das liras que fizeram parte dessa literatura. Juntamente com teóricos supracitados, utilizam-se os conceitos e chaves de Castello (2004), Geruza (2010) e Almeida (2006), para cotejar as características da lírica de Tomás Antônio Gonzaga e como o amor é abordado. A análise nos mostra que o amor retratado por Dirceu apresentou diferentes fases, inicialmente retratando-o pela admiração da sua amada, tanto de maneira erótica como idealizada, para depois ressaltar o sofrimento amoroso de sua ausência. Ressalta-se, aqui, que na obra lírica também há traços descritivos que fazem respeito ao meio ambiente/espaço físico que o eu-lírico queria abordar.