Desde os primórdios a civilização é marcada pelo impacto causado por doenças infecciosas nas relações humanas. Compreender como estes momentos são produzidos, portanto, é de extrema importância para reflexões críticas para formação cidadã. Dentre as diversificadas e heterogêneas síndromes infecciosas que temos notoriedade, buscamos uma reflexão histórica referente ao Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), que segundo Michael Oldstone, nas últimas décadas do século XX, tornou-se preocupação devido a proporção tomada e sua relação com a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). Diante dessas dimensões, este trabalho apresenta articulações para problematização das demandas de dois Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) - as de Saúde e Bem-estar e Educação de Qualidade - desenvolvendo uma sequência didática que possibilite apresentar o contexto em que essa doença infecciosa foi constituída, assim como reflexões referentes a formação inicial de professores para a Educação em Direitos Humanos. Pensar a formação docente frente as articulações entre Educação e Sexualidade, principalmente no que tange ao pensador Michael Foucault, é de extrema potencialidade, principalmente se nos alocarmos sob a perspectiva do que hoje chamamos de História, Filosofia e Sociologia das Ciências (HFSC), por nos dar condições de contextualizar e problematizar sujeitos e interesses que por muito tempo foram silenciados nas histórias contadas sobre a temática central do trabalho. Compreendermos os contextos de desenvolvimento de determinados enunciados científicos, com seus marcos históricos, sociais, políticos e culturais (principalmente no que tangem a [homo]sexualidade), tornam-se determinantes para questionarmos discursos preconceituosos, que constantemente cruzam nossas práticas educacionais e de saúde, possibilitando-nos pensar as Educações em Diretos Humanos no Ensino de Ciências. Para isso, este trabalho apresenta uma sequência didática que consta com três momentos: i) apresentação histórica do HIV; ii) aspectos da HFSC e sua relação com a história da sexualidade; iii) Mídias, representações e estereótipos de identidades de pessoas vivendo com HIV.