Com a sociedade hipermoderna, é comum notar que, atualmente, os jovens se expressam e se comunicam por meio de recursos digitais, fazendo-se necessário introduzir nas aulas de língua materna estudos que contemplem gêneros dessa natureza. Nessa perspectiva, o presente artigo, de cunho qualitativo, tem como objetivo geral analisar a compreensão linguística de 7 (sete) professores de língua portuguesa, atuantes na educação básica do município de Itapororoca-PB, para que possamos averiguar como enxergam o uso de memes do Bode Gaiato na sala de aula. Justificamos nossa intenção por compreender que os docentes podem observar e contemplar esse gênero emergente na prática de ensino/aprendizagem, favorecendo atividades relevantes para proporcionar conhecimento acerca dos fatores linguísticos e extralinguísticos que corroboram o desenvolvimento do fenômeno da variação linguística, a partir da usualidade de recursos digitais, para assim, proporcionar uma educação que atenda às necessidades contemporâneas, além de contribuir para a desconstrução do preconceito linguístico. Para este estudo, lançamos mão dos pressupostos teóricos de Bortoni-Ricardo (2004), Antunes (2007), Mollica (2020) para fundamentar a variação linguística e ensino de língua portuguesa junto a BNCC (BRASIL, 2018), a qual norteia a prática pedagógica para a educação. Também fazemos uso dos postulados teóricos de Bakhtin (1997), Marcuschi (2008, 2010a, 2010b), Paula (2011) e Bezerra (2017) para discorrer sobre os gêneros textuais/discursivos e para discorrer sobre gêneros digitais: Galli (2010), Rojo & Barbosa (2015), Paiva (2018), entre outros. Por fim, identificamos que os professores reconhecem a relevância de novas práticas pedagógicas, considerando o estudo da variação linguística contextualizada a diferentes gêneros textuais/discursivos, inclusive os memes do Bode Gaiato, ainda que nem todos já tenham feito uso desse item sociocomunicativo.