O trabalho aborda a vivência no projeto “Contos e Encantamentos Afro-Brasileiros” do Programa de Licenciatura (PROLICEN) na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). O estudo apresenta a reflexão realizada a respeito das contribuições da literatura infantil afro-brasileira na promoção de uma cultura escolar antirracista e busca discutir as dimensões política, econômica e cultural do racismo que promovem e legitimam a desigualdade social, a discriminação racial e as diversas formas de violência vivenciadas pela pessoa negra desde a infância. A discussão fundamental do estudo é abordar como a escola pode colaborar ou resistir às práticas culturais e pedagógicas de reprodução da inferiorização e de disseminação de estereótipos da população negra. Deste modo, apresenta as possíveis contribuições da literatura infantil no rompimento de estereótipos negativos, na superação de preconceitos e na construção de uma educação antirracista. A pesquisa, de caráter exploratório e documental, tem como referencial teórico, na abordagem do racismo estrutural, os estudos de: Almeida (2019), Moreira (2019) e Munanga (2005) e foi realizado por meio da análise do uso e potencial pedagógico de 4 (quatro) obras literárias vivenciadas com crianças da educação infantil durante a realização do projeto: “Betina”, “O mundo no black power de Tayó”, “Kioni, a pequena mandingueira - a lenda do berimbau” e “O herói de Damião em: a descoberta da capoeira”. Conclui-se que as literaturas infantis afro-brasileiras podem ser utilizadas no âmbito escolar, a fim de colaborar com a anulação de estereótipos pejorativos relacionados à população negra e cooperar com o reconhecimento da identidade negra pelas crianças inseridas na cultura escolar.