Este trabalho consiste em uma reflexão sobre a relevância do processo de auto avaliação, aplicado em ações de educação integral que fazem parte da proposta pedagógica de um projeto socioeducativo realizado há mais de 20 anos pela Fundação Gol de Letra e que é pautado em atividades de esporte educacional. Entendemos que tal processo é vital para a formação de uma ideia concreta de si e das aprendizagens geradas por meio das vivências lúdicas e esportivas, superando o senso comum em relação aos processos de aprender a “ganhar, perder e cumprir regras”, comumente atribuídos à Educação Física e ao esporte em geral. O projeto em questão é realizado pela Fundação Gol de Letra em uma região periférica e vulnerável do Rio de Janeiro, o bairro do Caju, e atende crianças e adolescentes, estudantes de escolas públicas, em extrema vulnerabilidade socioeconômica. Nossa opção pelo esporte educacional se pauta por esta ser uma proposta completa de vivência e pesquisa social, cultural e corporal, o que amplia a experiência dos sujeitos para além das elucubrações teóricas de conceitos e ideias. Nossa base de reflexões serão os autores da epistemologia genética e da aprendizagem, a saber, Jean Piaget, Lev Vygotsky e Henry Wallon, autores. Além disso utilizaremos conceitos formulados por Jussara Hoffmann em relação ao processo avaliativo executado com mediação. Nosso trabalho pretende demonstrar que o processo avaliativo, mais que uma mensuração de resultados é em si objetivo de aprendizagem, mediação social e instrumento e ferramenta formadora de consciência crítica sobre os elementos que devem ser considerados como vitais em um processo de formação e educação integral.