Entre os anos de 2014 e 2022 o Brasil passou por uma expansão de 182 cursos de medicina. Este trabalho estudou o impacto da ampliação de escolas médicas no país, analisando se a indução promovida pela política pública de abertura de escolas privadas pelo Programa Mais Médicos para o Brasil e abertura de escolas públicas se difere da abertura de escolas privadas sem regulamentação. As análises foram feitas a partir das regiões de saúde do SUS e da produção dos indicadores de vagas em graduação de medicina por habitante e médicos por habitante para este território. Foram produzidos mapas comparando os indicadores e a localização das escolas. O estudo identificou um redirecionamento da distribuição geográfica dos novos cursos que passaram a ocupar regiões de saúde sem escolas médicas e com menor densidade de médicos por habitantes. Os cursos de medicina privados autorizados pelos editais do MEC e do Programa Mais Médicos para o Brasil e os cursos públicos contribuíram mais para esta mudança quando comparados aos cursos privados abertos fora do programa, indicando a relevância da política pública quanto à regulação de abertura de cursos de medicina. O impacto foi mais importante nas regiões Norte e Nordeste.