Este pesquisa pretende analisar as relações entre Literatura, Geografia e Movimento dos Trabalhadores sem teto na atualidade, através do estudo de Machado de Assis em sua obra Memórias Póstumas de Brás Cubas (1925). O percurso a ser traçado pretende investigar como na contemporaneidade, a configuração espacial da cidade é excludente e reflete o processo de acumulação capitalista. A hipótese central adotada é de que as relações de produção do espaço e suas contradições são abordadas de forma mimética por Machado de Assis e podem agregar epistemologicamente o arcabouço teórico da Geografia Anticolonial. Esta pesquisa justifica-se pelo aspecto universalizante e excludente da urbanização, sua irreversibilidade e abrangência planetária. Além desse aspecto, considera-se relevante os estudos que buscam relacionar Geografia (ciência) e Literatura (arte) por suas correspondências, enriquecimento teórico e pelos estudos entre ambas áreas do saber ainda serem incipientes e termos a Literatura como fonte de um “mapeamento cognitivo” da Geografia.