O presente artigo visa discutir questões referentes aos serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) a partir das contribuições da sociologia econômica, como: divisão sexual do trabalho, trabalho produtivo e reprodutivo, além das divisões de áreas existentes nas atividades de ATER analisadas sob a perspectiva de gênero. As perguntas que direcionaram esta pesquisa foram: Quais as possíveis contribuições da sociologia econômica para a compreensão da extensão rural no Brasil? Como a perspectiva de gênero contribui para a compreensão da dinâmica dos serviços de ATER? Para isso, a metodologia utilizada baseou-se em revisão de literatura articulando teóricos que debatem ATER, a partir de discussões da sociologia econômica e da análise da perspectiva de gênero de Marcela Lagarde, já que as relações de gênero são construídas em todas as ações do nosso cotidiano. Foi a partir de uma racionalidade diferenciada para o trabalho das mulheres e dos homens na extensão rural, que as atividades das mulheres eram consideradas atividades complementares as dos homens. As considerações apontam que os processos de socialização destinados aos gêneros na execução dos serviços de ATER foram diferenciados, constituindo espaços e estereótipos a partir da “natureza” biológica de homens e mulheres, que tem resultado e perpetuando desigualdades de gênero.