Este artigo aborda a temática da soberania alimentar no Brasil e levanta algumas questões relacionadas ao tema. Ele destaca a necessidade de se construir uma plataforma de soberania alimentar como uma contraposição aos sistemas de commodities e o agronegócio que mantêm desigualdades e não corroboram com a busca por uma alimentação saudável e por uma agricultura sustentável que respeite os territórios e culturas dos povos originários. A vista disso, essa situação de insegurança alimentar no Brasil, se agravou com o desmonte das políticas públicas voltadas à agricultura familiar a partir de 2016, durante os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro. Um inquérito nacional da rede PENSSAN, realizado em 2022, registrou que cerca de 33,1 milhões de pessoas no Brasil não têm o que comer diariamente. Assim, esse artigo busca questionar os motivos da manutenção e agravamento dessa insegurança alimentar, além de explorar caminhos para revertê-la, examinando o histórico da agricultura brasileira em busca de soluções e discutindo a possibilidade de construção de uma plataforma de soberania alimentar em nosso país. Também destaca a importância da agroecologia, dos movimentos socioterritoriais e a busca por reforma agrária para a construção de uma plataforma de soberania alimentar.