A atual fase do capitalismo traz à baila a necessidade de estudarmos os novos mecanismos técnicos e regulatórios que emergem para garantir maior fluidez e integração entre produção, circulação e consumo. Neste aspecto, vimos a logística assumir centralidade na gestão e planejamento do espaço, bem como se transformar em uma importante fronteira de investimento. Analisaremos neste trabalho os novos contornos do setor logístico brasileiro a partir de cinco fundos de investimento imobiliário e seus desdobramentos espaciais. Selecionamos como lente analítica a urbanização diferencial e o conseguinte incremento técnico das redes logísticas, assim como o espraiamento de uma lógica financeirizada e espoliativa na produção de novas áreas – agora integradas às redes planetárias de circulação e urbanização. Metodologicamente, nos atemos ao levantamento bibliográfico sobre temas correlatos ao trabalho e a análise dos portfólios dos FII e seus respectivos relatórios financeiros. Observamos que a logística, além de suas dimensões técnicas, é um contorno regulatório importante nos processos de urbanização em curso, em especial por dois aspectos: i) a logística é responsável por organizar os mercados consumidores e as relações entre os núcleos urbanos que surgem e se reestruturam a partir do binômio implosão-explosão e; ii) a logística a partir da sofisticação dos mecanismos financeiros em associação às novas demandas do e-commerce é foco da ação de inúmeros agentes reticulares e multiescalares.