O presente estudo apresenta o interesse em discutir e problematizar a produção do espaço e do cotidiano a luz da mobilidade do trabalho na construção de usinas hidrelétricas. A produção do espaço vai além da materialidade da usina hidrelétrica no espaço geográfico, ao se considerar a dimensão socioespacial dos trabalhadores contemplando a existência da vida e da reprodução das relações sociais, ou seja, considerar o sujeito, sua vida, seus valores, sua cultura, suas lutas, anseios e projetos, se torna um eixo na pesquisa. A implantação de projetos hidrelétricos acaba por impulsionar uma mobilidade de trabalhadores, os peões de obra, que se direcionam em busca de emprego nas obras que já estão em construção, bem como nas quais irão iniciar seu processo de construção. Neste processo, evidencia-se as questões relacionadas a manutenção da vida diária dos peões de obra, na perspectiva de elementos como o da moradia, da família, do trabalho, dos cuidados com a saúde, da educação, da sociabilidade, dos deslocamentos, etc. Nessa tentativa de compreender as relações existente entre o migrar, o trabalho e o cotidiano, nortearam como objetivos da pesquisa: analisar a lógica da produção do espaço a partir da matriz energética; compreender os processos socioespaciais de migração, trabalho e o cotidiano possível dos peões de obra, buscando identificar formas de organização de redes sociais entre os migrantes trabalhadores. Quanto a metodologia, foi realizado alguns procedimentos como levantamento bibliográfico, como recorte teórico-metodológico, e documental para melhor entender as questões que envolvem a construção de usinas hidrelétricas no Brasil