O presente estudo objetivou contribuir para o entendimento dos impactos antrópicos na Lagoa de Maricá, como subsídio às formas de uso e ocupação do litoral. É neste sentido que se faz importante identificar os principais problemas relacionados às formas de uso e ocupação desse litoral e os impactos em diferentes pontos na Lagoa de Maricá, a partir da análise dos parâmetros físico-químicos (temperatura, pH, oxigênio dissolvido e salinidade) e nutrientes da água (nitrito, nitrato, amônia e fosfato), nas estações seca e chuvosa. O litoral de Maricá, com 46 quilômetros de extensão, localiza-se 50 km a leste da Baía de Guanabara na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. A Lagoa de Maricá possui uma área de 17,9 km² e uma profundidade máxima em torno de 2 m, com um fundo suave e em forma de prato (SILVESTRE et al., 2017). As lagoas que integram o sistema lagunar Maricá-Guarapina estão conectadas entre si por canais; e diretamente com o oceano através do Canal de Ponta Negra, construído em 1951 na Lagoa de Guarapina. Entre a Lagoa de Maricá e a praia de Itaipuaçu (a oeste) a conexão com o mar se dá por meio do Canal da Costa, que possui cerca de 15 km de extensão (SEMADS, 2001). Ao sul da lagoa de Maricá, encontra-se localizada a Área de Proteção Ambiental de Maricá, uma das restingas mais estudadas do país (SANTOS et al., 2017).