O presente estudo busca compreender como a crise da cafeicultura no estado do Espírito Santo modificou a capital Vitória, que de cidade comercial-exportadora ligada à comercialização do café, transformou-se em uma cidade metropolitana influenciada pela atividade industrial. A intenção foi mostrar como essa mudança no perfil econômico atraiu a expansão da cidade rumo à sua porção continental. A hipótese desse estudo se baseia no processo de urbanização relacionado às atividades industriais e de prestação de serviços na Capital, além da participação da construção civil imobiliária na produção de uma nova cidade rumo ao norte do município, a partir do uso intensivo do solo no processo de verticalização das construções. O recorte temporal compreende de 1930 a 2020, período que abarcou as transformações ocorridas na Capital. Neste período, analisa-se por meio da perspectiva da Geografia Histórica a evolução dos fatos e a forma como Vitória foi sendo produzida neste contexto. A pesquisa se desenvolveu por meio de referências teóricas como os estudos de Rocha e Morandi (1991), sobre periodização das transformações socioespaciais do Estado do Espírito Santo de 1955 a 1985, entre outros autores. Utilizamos também informações de variadas publicações científicas além daquelas encontradas em web sites. Como resultado, conclui-se que o processo de verticalização impulsionou a construção civil imobiliária, a qual abandonou a antiga área central ao sul da ilha de Vitória e foi produzindo o espaço urbano a leste-nordeste (região do Novo Arrabalde) até atingir a porção norte continental, onde nota-se como esse processo produziu as diferenças socioespaciais.