Esta pesquisa visa contribuir com o debate ao analisar algumas aglomerações industriais localizadas na Região Metropolitana de Fortaleza (CE), especificamente no município de Maracanaú e em sua área de influência direta. Busca desvendar o tipo de configuração espacial produtiva da qual esses aglomerados fazem parte, e como se inserem na geografia industrial do estado, enfatizando o funcionamento específico dos seus processos de produção e o rebatimento espacial que tendem a causar. Contudo, através do olhar teórico-metodológico das configurações espaciais produtivas, da interface geográfica entre as categorias espaciais e as atividades industriais e os dados empíricos coletados até então, consideramos que a experiência observada em Maracanaú se apresenta muito mais como uma Zona Industrial do que um cluster ou um distrito. Implantar estratégias de eficácia produtiva industrial sem captar as particularidades dessas formações socioespaciais pode induzir à uma leitura enviesada da materialidade dos processos e das formas de produção. É possível constatar, desse modo, que as zonas industriais já existentes na RMF se afirmam e outras continuam sendo planejadas, seguindo a lógica das já existentes ou apresentando novas configurações de implementação. Esta pesquisa tende a contribuir para melhor interpretar essas variáveis econômicas e produtivas, e sobretudo, pode fornecer boa compreensão das especificidades espaciais de adensamento dos investimentos industriais diversos, fornecendo uma lógica de compreensão e dinamismo do fenômeno industrial em Fortaleza e em sua região metropolitana. Isso pode apontar para o avanço na superação das controvérsias que se manifestam nas dinâmicas produtivas e na nomenclatura científica dos recortes espaciais em apreço.