Neste artigo apresentamos um panorama sobre o que chamamos de Ecologias das Serras do Sertão, tendo como foco a Serras dos Morgados, em Jaguarari-BA, Piemonte Norte do Itapicuru. Abordam-se os modos de vida da população em contraponto com os investimentos do grande capital que vem se implantando em todo o complexo de Serras, o que tem provocado impactos de toda ordem, incluindo-se a destruição dos últimos refúgios de aves e outros animais na mata mais densa do topo das serras. Através da pesquisa bibliográfica, foi possível compreender a dimensão dos prejuízos socioambientais provocados por grandes projetos como parques eólicos, parques solares e empresas mineradoras, ampliando a extensão da propriedade privada sobre o ambiente, num processo de mercantilização que tem se acelerado. Abordamos, nesse contexto, a Ecologia Humana como um modo de integrar a compreensão da existência humana não apenas do ponto de vista biológico, mas também relacional e político, destacando a atuação dessa espécie no ambiente e as contradições percebidas através do modo de vida tradicional e o modus operandi do capital, com seu projeto desintegrador das teias de vida que constituem as Ecologias das Serras.