A falta de moradia urbana, no Brasil, entrou em pauta no decorrer do século XX, frente ao crescente processo de urbanização intensificado pela produção industrial, acarretando de um lado o aumento populacional nos centros urbanos e por outro lado, a ausência de ações efetivas para equipar a cidade com infraestrutura necessária e tornar o acesso a terra urbana viável à todos, principalmente para os grupos sem poder aquisitivo. O presente trabalho objetivou discutir a questão da desigualdade socioespacial e a negação do direito a cidade à todos os munícipes, tendo por base o jardim Campos Verdes, na cidade de Cambé/PR, visando abarcar a realidade enfrentada por eles por estarem diante de um processo de regularrização fundiária, além disso, buscamos compreender a questão da mobilidade desta população, as distâncias físicas dos equipamentos urbanos básicos que eles utilizam dentro da cidade, a fim de compreender o quanto foram excluídos do acesso ao direito a cidade. Para tanto foram utilizados levantamentos secundários realizados em produções acadêmico-científicas e aplicação de questionário com 101 moradores do bairro. A segregação socioespacial é parte da cidade capitalista, que por sua vez é produto da ação humana, socialmente construída e na qual tem-se a ação de agentes socais com interesses conflitantes e antagônicos, que transformam o espaço urbano em lócus privilegiado de interesses econômicos diversos e da luta de classes. Evidentemente que a segregação espacial se torna também uma segregação social, pois, o seu espaço social determina a localização de cada classe social dentro dela e seu valor, sendo assim, a população de baixa renda fica a mercê dos equipamentos e infra estruturas urbanas que dão melhor qualidade de vida, além disso, só se conseguem seus direitos através de muita luta e resistencia pela moradia e pelo direito a cidade.