No presente estudo propomos analisar as justificativas, motivações, valorações e discussões gerais que fundamentaram o tombamento de dois patrimônios pertencentes à primeira linha férrea do estado de São Paulo. A análise se concentra na proteção decretada pelo Iphan à Estação da Luz, e a proteção pelo Condephaat à Vila de Paranapiacaba, a fim de verificar as consonâncias, discordâncias e similaridades dos argumentos apresentados à proteção desses dois bens ferroviários, de modo a averiguar a abordagem e categorias geográficas incidentes que auxiliam na percepção e leitura dessa tipologia de bens. Para isso considerou-se consultas bibliográficas que fundamentassem o estudo; a análise documental sobre os referidos processos de tombamento (Iphan processo n.º 0944-T-76 e Condephaat processo n.º 22209/82); além de trabalhos de campo e consultas iconográficas, a fim de compreender as dinâmicas e transformações nesses bens. Os resultados apontam à compreensão desses patrimônios desde a perspectiva de duas diferentes categorias geográficas: espaço e paisagem. Essas considerações direcionam às investigações que permitam novas percepções desses bens no espaço de modo que os instrumentos de proteção concebam sua preservação de modo integrado ao seu contexto espacial.