A compreensão da relação entre a estrutura fundiária, o preço da terra e a produção imobiliária capitalista é fundamental para avançarmos no desvendamento dos processos de produção dos espaços urbanos das nossas cidades. A estrutura fundiária diz respeito à forma como a propriedade da terra está distribuída entre os integrantes de uma determinada sociedade ou de um determinado recorte espacial e pode ser mais ou menos concentrada. O preço da terra é a forma como se expressa a renda capitalizada no contexto de uma sociedade capitalista, sendo, portanto, em última instância também uma das formas em que se manifesta o tributo exigido pela propriedade privada. A segregação espacial é, indiscutivelmente, um pilar fundamental da cidade capitalista; entretanto, em seus moldes atuais surgiu com o advento do da fase industrial desse modo de produção, quando reconfigura o espaço urbano e separa o “local de trabalho” do “local de residência”, estabelecendo um mercado próprio para este ramo refletindo a relação entre classes sociais intraurbanas. A partir da análise da estrutura de preços da terra na cidade de Macaé, localizada do interior do Estado do Rio de Janeiro, buscaremos correlacionar as características dessa estrutura com as formas desigualdade socioespacial presentes nessa cidade.