Não há novidade de que o Brasil esteja sempre no topo da lista dos espaços mais violentos para pessoas LGBTQIAPN+. Parte-se do pressuposto de que isto ocorra devido a LGBTQIAPN+fobia fazer parte da estrutura social brasileira. Manifesta-se de diferentes formas e em diferentes espaços, criando diversas formas de interdição. O objetivo deste trabalho é o de vincular as ações e discursos do prefeito Bispo Marcelo Crivella da cidade do Rio de Janeiro, com a ratificação de espaços interditos na cidade para estas pessoas. Estuda-se a conduta discriminatória do prefeito durante a Bienal do Livro de 2019, que gerou uma intensa disputa judicial e grande repercussão midiática. Enquanto fontes de pesquisa foram utilizadas as reportagens veiculadas nos principais portais de notícias, as decisões judiciais proferidas por diferentes instâncias do poder judiciário, O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), e os dados de violência contra pessoas LGBTQIAPN+ produzidos pelo Grupo Gay da Bahia e pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais. O recorte temporal da pesquisa compreende os anos de 2018 a 2021. Enquanto metodologia construiu-se uma correlação entre todas informações selecionadas, e identificou-se uma ratificação dos processos de injustiça socioespacial.