Este resumo é parte do projeto de pesquisa que nasce do amor e do cuidado que meus ancestrais têm por mim. Por isso espero dar conta de compartilhar o que tenho vivenciado no cotidiano que (re)conta uma história, a ancestralidade, e a beleza de um povo. Expressar o que vejo quando caminho sobre os passos de quem veio antes e também das tantas oportunidades que falar desse amor pode proporcionar. Trançadeira, geógrafa, intelectual preta, meu interesse é investigar o saber de mulheres negras trançadeiras, como possibilidade para decifrar a vida e realizar interpretações geográficas que possam conferir agência sobre nossa própria existência, subjetividade e saberes. Com respeito, quero seguir na análise da experiência de ser trançadeira, que chama atenção pelo potencial educador desse saber-fazer, que é majoritariamente praticado por mulheres negras. Aqui, referenciar a trançadeira como um elo raro, têm o objetivo de interpretar as experiências de ancestralidade e suas relações com territórios, resistências e lutas que, por meio da geografia, pode nos conduzir a uma reelaboração da narrativa que evidencia uma dimensão racial da produção do espaço, que repensa discursos e transmite memórias ancestrais. Por fim, é relevante destacar que a pesquisa se situa dentro do campo de pesquisa das Geografias Negras, área que tem sido responsável por sistematizar reflexões de geógrafos negros que se dedicam aos estudos dos saberes produzidos desde dentro de sociabilidades ancestrais da negritude e sua relação com a produção racial do espaço.