Com o avanço da revolução verde no espaço rural brasileiro, o processo de produção de alimentos está vinculado não mais ao valor de uso, mas ao seu valor de troca. A territorialização e expansão do agro(hidro)negócio, materializada no uso da terra para produção de mercadorias sob a égide do mercado agroalimentar global, está desenvolvendo expansivamente a exploração da natureza e a redução da agrobiodiversidade a partir do agronegócio monocultor sob a apropriação de grandes extensões de terras em todo o país. Este estudo visa apresentar a prática de cultivos alimentares em quintais produtivos no município de Itapicuru, como experiência de re-existência de comunidades camponesas na promoção da soberania e segurança alimentar e nutricional. Entende-se que a re-existência camponesa frente ao avanço da monocultura do milho, da soja e da fruticultura irrigada neste ambiente de estudo, sinaliza um importante caminho de resiliência, considerando o direito humano à alimentação, a soberania e segurança alimentar e nutricional e o combate à fome, possibilitando espaços de cultivos de alimentos saudáveis em torno de agriculturas de base ecológica, como caminho de superação contra-hegemônico, por meio de um modelo de organização produtiva mais democrática, sustentável, saudável, ética com relação aos animais não-humanos e de melhor qualidade.