O presente trabalho tem como objetivo exemplificar o uso de plataformas digitais como forma de resistência feminina na Comunidade Quilombola Dona Juscelina no ano de 2020. A comunidade está localizada na região norte do estado do Tocantins e permeia na interface entre o urbano e o rural no município de Muricilândia-TO com acesso pela rodovia TO-222 distante a 438 km da capital Palmas. As mulheres sempre tiveram presente ativamente nas atividades e decisões locais uma vez que a liderança da comunidade sempre esteve pautada na figura e nos saberes da matriarca dona Juscelina. O uso de recursos e plataformas digitais foi uma, dentre as diversas formas de resistir, que a comunidade encontrou diante da forçada e inesperada dinâmica que a pandemia da Covid-19 impôs. Nesta pesquisa utilizou-se de uma abordagem qualitativa com procedimentos metodológicos a partir da pesquisa bibliográfica e da observação participante. As análises demonstram que o uso de plataformas digitais dentro do quilombo promoveu uma nova e necessária dinâmica territorial diante do cenário pandêmico, construindo uma rede entre parcerias, sobretudo, feminina.