A implantação de atividades de mineração nos municípios de Catalão e Ouvidor, localizados no Sudeste Goiano, promove a desterritorialização de agricultores familiares das zonas rurais localizadas no entorno dos empreendimentos e que dependem exclusivamente do uso da terra e da posse sobre o território para a garantia de sua sobrevivência. Nesse contexto, comunidades rurais tradicionais dos dois municípios lidam com os impactos socioambientais da mineração e com a desapropriação de seus territórios, gerando a fragilização identitária das famílias que outrora ali se estabeleceram e construíram suas histórias de vida. Em face às mudanças, os produtores rurais buscam formas de se reproduzirem socialmente no território, sendo que o diálogo entre os sujeitos é fator determinante nessa dinâmica, pois, a partir da comunicação entre as partes, são definidas as negociações que direcionarão o futuro das comunidades. Esse artigo tem por finalidade revisitar brevemente os conceitos de território, identidade territorial e diálogo e como ponto central abordar as estratégias de organização das comunidades rurais e os mecanismos de comunicação assumidos pelos produtores para fazerem frente às grandes empresas. A análise colabora com o aprofundamento dos conhecimentos e estudos sobre território e identidades rurais transformados pela mineração e sobre a realidade contemporânea dos agricultores familiares que compõem o território minerador do Sudeste Goiano. Espera-se que os resultados apresentados deem luz às comunidades e às empresas mineradoras, incentivando-os a conceberem relacionamentos efetivos e soluções eficazes para os impasses.