Considerando a importância da discussão dos processos da ciência, para além dos produtos científicos na Educação Científica, pontuamos contribuições dos movimentos feministas, tanto através da crítica feminista à ciência, quanto das suas dimensões propositivas. As epistemologias feministas partem de premissas sobre o conhecimento que fundamenta um saber que se quer politizado e consciente desta politização. Buscam romper com o estereótipo do sujeito que produz o conhecimento: homem, branco, heterossexual, burguês e ocidental questionando sobre como as mulheres devem se colocar em relação ao “objeto” de conhecimento. Propõem a “objetividade forte”, na qual esse sujeito deve ser posicionado no mesmo plano crítico e causal, orientado a olhar pelo ângulo dos oprimidos. A entrada das feministas na ciência promove mudanças que desencadeiam a construção de outros conhecimentos que contestam teorias anteriores. Desta forma, consideramos os estudos feministas relevantes à uma educação científica que procure demonstrar a ciência como histórica, mutável e política.