Neste trabalho, analisamos como estudantes de uma turma do 8° ano do Ensino Fundamental agiram e reagiram ao se engajarem em práticas de avalição de afirmações de conhecimento em aulas de ciências. Para isso, analisamos interações discursivas ocorridas em um debate sobre uma questão sociocientífica à luz dos pressupostos da Etnografia em Educação e de construtos sobre práticas epistêmicas. Os resultados indicam que práticas epistêmicas de avaliação estavam relacionadas à distinção de argumentos baseados em uma racionalidade considerada científica e racionalidades que não seriam válidas naquele contexto. Esse processo foi sendo construído ao longo do tempo, especialmente a partir de vivências da turma em atividades investigativas. Além disso, um contexto instrucional sociocientífico favoreceu um movimento de avaliação das evidências consideradas científicas. Esses resultados somam com as pesquisas no campo sobre as práticas epistêmicas e contribuem para discussões sobre o ensino de ciências em tempos de declínio da confiabilidade da ciência.