A Cultura Maker (CM) é um movimento originário dos EUA que vem ganhando, nas últimas duas décadas, espaço no campo da educação. O presente trabalho se propõe a apresentar reflexões sobre esse fenômeno, para o caso brasileiro, a partir de elementos teóricos da epistemologia do médico e biólogo polonês Ludwik Fleck. A partir da leitura sobre o percurso histórico da CM desde sua origem, e da análise de artigos que apresentam estudos recentes sobre esse fenômeno no Brasil, foi possível identificar, por meio do deslocamento de significados em conceitos presentes, tanto na CM como na Educação, aspectos colonizadores do modo de reprodução da existência capitalista, tais como a crença salvacionista na tecnologia e a mercantilização do fazer. Todavia, esses mesmos deslocamentos de significado conferem a possibilidade de (re)organização do olhar pedagógico e de transformação dos conteúdos de pensamento da comunidade escolar.