De acordo aos princípios que norteiam a Educação de Jovens e Adultos (EJA), definidos no parecer 11/2000, ela deve ser pautada no principio de igualdade, de modo a abrigar a aceitação das diferenças individuais e a valorização de cada pessoa, capaz de ampliar a capacidade de comunicação e expressão das pessoas e auxilia-las, também, a se capacitarem para o enfrentamento das exigências do mundo do trabalho. Acreditar na capacidade que cada um tem de aprender torna fator decisivo no resgate da autoestima, e autoconfiança que se tornam indispensável na aprendizagem. A construção da qualidade de ensino na EJA é uma iniciativa que necessita da participação de todos os envolvidos nesse processo, esse ato exige uma troca de saberes e de experiências, levando-se em considerações viveres dos alunos, pois essa construção é coletiva. Este trabalho objetiva relatar e refletir sobre a vivência pedagógica no ensino do EJA. Trata-se de um relato de experiência desenvolvido em 3 anos de trabalho, junto a Escola Municipal Manoel da Costa Cirne, aonde desenvolvo trabalho como professora do primeiro ciclo preeja. A turma é composta de alunos analfabetos e semianalfabetos, as aulas são planejadas semanalmente e ajustada a medida que aparece uma nova necessidade almejando melhor adequação, conforme a individualidade e integralidade do estudante. A pertinência deste trabalho se faz diante a complexidade de alfabetizar, que necessita de alfabetizadores detentores de conhecimentos sobre teorias recentes de como se aprende, até porque “só ensina quem aprende”. Diante disso, é notória a necessidade de possibilitar aos professores um processo constante de reflexão sobre a sua visão de mundo, sobre a sua pratica e a metodologia. O trabalho desenvolvido é pautado na busca do conhecimento e na construção do mesmo, onde semanalmente lançamos novas palavras, e vamos em busca da construção de sua escrita, significado e onde é inserida no contexto social do aluno, atividades são propostas de maneira que o aluno trabalhem o pensamento critico, tenham chance de expor opiniões, e acatem a dos colegas, ideias são expostas, e acolhidas de maneira que muitos constroem um censo critico, nesses momentos a minha função é de mediadora nas discursões, sempre procuramos tirar lições através da vivência de cada um. Ainda é notado um grande desafio a vencer pelo professor de EJA a desmistificação de que só ensina copiando, ou adotando cartilhas,. Neste sentindo compreende-se que o ensinar acontece quando o aluno é exposto a pensar por si só, e em cima desse pensamento tece conhecimentos construídos. Conclui-se que o EJA possibilita tirar pessoas da exclusão social, permitindo que a prática de escolarização seja uma ação de resgate da autoestima, oferecendo oportunidades a quem dela faz uso de viver melhor nessa sociedade excludente, globalizada e competitiva, levando em consideração a realidade das pessoas, os sonhos por elas almejados. A adoção de práticas baseadas no contexto sociocultural e histórico dos estudantes é de suma importância, pois ao adequar-se a realidade dos mesmos, a associação e geração de conhecimento diante atividades realizadas é notória.