As práticas de multiletramentos em língua portuguesa para alunos surdos utilizam diversos meios de produções textuais com diferentes modos semióticos (verbal, imagético, gestual, espacial), além do uso de intercompreensões de línguas, destacando a importância da Libras durante todo esse processo de ensino e aprendizagem dessa segunda língua. Nesse sentido, objetivamos analisar, nas diversas pesquisas, as possibilidades do uso de multiletramento e intercompreensão de línguas (Libras – Língua Brasileira de Sinais e Língua Portuguesa) para o processo de aprendizagem da língua portuguesa escrita para alunos surdos. Amparamo-nos nas teorias da Pedagogia dos Multiletramentos propostas pelo Grupo de Nova Londres (1996) e Rojo (2012), na educação de Surdos em Quadros (2006) e na pedagógica da intercompreensão (Oliveira, 2016; Paulo, 2019). Assim, adotamos metodologicamente a pesquisa qualitativa de cunho bibliográfico, uma vez que interpretamos dados e obras na perspectiva do multiletramento para surdo e da pedagogia da intercompreensão de línguas, usando como critérios de inclusão a seleção de artigos completos que abordam o tema focalizado. Os resultados revelam que o uso de multimodalidades e da intercompreensão de línguas, no ensino de língua portuguesa para os surdos, permitem que esse processo de aprendizagem de uma segunda língua ocorra por meio de uma abordagem que integra as línguas, também promove a compreensão da linguagem como prática social, e as multimodalidades na comunicação estimulando um espaço de aprendizagem ativa, que é plural, construído no diálogo e na reflexão.