Na atual cena tecnológica e social que atravessamos, emergiram em decorrência da pandemia diversos fenômenos mediados pelo digital em rede. Baseando-se nas transformações da cultura de acesso a virtualidade, torna-se possível acerca dos impactos sociais compreender o quanto estar conectado tornou-se uma forma de evidenciar papéis sociais. Entendemos que o campo de estudos destes fenômenos é a cibercultura, pois ela se apropria das relações entre a cidade e o ciberespaço propondo novos olhares sob os praticantes culturais, ou seja, os sujeitos que movimentam as estruturas tecnológicas de sociabilidade. Estes sujeitos interagem nos espaços de multirreferencialidades, propondo novas formas e práticas sob o campo e a epistemologia. Um destes fenômenos se dá no campo da educação e do gênero. A transposição da educação presencial para a online, apresentou muitas fissuras tecnológicas, assim como a necessidade de pensarmos um currículo mais dinâmico, equânime e plural. Ao denominarmos este trabalho como Currículo Ciberqueer, nos propomos a compreender como pessoas queer mobilizam saberes em rede que são capazes de promover mudanças significativas nas questões curriculares. Foi a partir desta concepção e observação das autorias de pessoas queer no Instagram que vislumbramos mobilizar uma ecologia de saberes, que se perpassam nos campos do currículo, cibercultura e gênero. Portanto ao mergulharmos no fenômeno, estabelecemos uma linha de trabalho que se fundamenta na metodologia da pesquisa-formação, processo que não separa o pesquisador da sala de aula e dos praticantes, pois todas as formas de produção de dados acontecem enquanto produzimos atos de currículos. Dessa forma, o currículo ciberqueer funcionará como um dispositivo de formação e seus dados serão alinhados visando a construção de indicadores que sejam capazes através do rigor outro da pesquisa, possibilitar formas e maneiras possíveis de construirmos um currículo para a diversidade.