Discutimos, neste estudo, o uso do a gente em alternância com o pronome pessoal de primeira pessoa no plural nós em uma comunidade rural Afro-Brasileira denominada de Rio das Rãs, pertencente ao município de Bom Jesus da Lapa, no interior da Bahia, cujo histórico encontra-se relacionado à escravidão. Pretendemos descrever e analisar excertos contendo elementos pronominais prenunciados. Para tanto, mobilizamos a fala de 12 informantes, 6 homens e 6 mulheres, sedo 2 homens e 2 mulheres em cada faixa etária: a) faixa 1 (25/35 anos), b) faixa 2 (45/55 anos) e faixa 3 (mais de 65 anos). Nosso estudo encontra-se fundamentado por aspectos teóricos desenvolvidos por Labov (LABOV, 2008), Weinreich, Labov e Herzog (WEINREICH, LABOV e HERZOG, 2006), e amparado em uma abordagem Sócio-histórica (MATTOS E SILVA, 2004; LUCCHESI, 2009). Serão analisados excertos do vernáculo da comunidade, contendo elementos pronominais a gente e nós, ocupando função de sujeito. Uma das nossas hipóteses é de que as mulheres, assim como em outros estudos, em outras comunidades dessa natureza, tendem a usar mais a forma inovadora a gente. Nossos dados, ainda que parciais, tem apontado para o uso variável do pronome a gente em maior frequência que o nós pelas mulheres, sendo liderado pelas mulheres de meia idade.