O presente estudo tratou de uma história dos jornais eróticos brasileiros dos séculos XIX e XX, abordando o romance folhetim pornográfico A Saia Preta, do escritor D. Villaflor, publicado no jornal O Rio Nu no ano de 1904 nas edições nº 627 a 660. O acesso à leitura do jornal se deu através da plataforma online e pública: Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Com a análise das edições do impresso, observamos que além do teor sexual presente, o jornal apresentava críticas políticas e sociais, que eram expressos através do sarcasmo em textos eróticos e/ou imagens expressivas como forma de extravasar as suas inquietações em relação ao contexto político-social em que o Brasil se encontrava. Nossa investigação foi circunscrita no jornal O Rio Nu que trazia a literatura pornográfica como temática nos seus romances, além disso, compreendemos a relevância da literatura pornográfica através da investigação bibliográfica à luz da História da Leitura e da História Cultural, embasados nos pressupostos teóricos de Chartier (1991; 1997; 2004); Hunt (1999) de Certeau (1996; 2006); Darnton (1990) e dos trabalhos que envolveram a temática pornográfica de Azevedo (2013; 2015), El Far (2004) entre outros. Em particular, o romance folhetim A Saia Preta, que discorre sobre a traição de uma mulher jovem que é ignorada pelo marido, recém-casados e acaba se envolvendo num romance com um dos amigos do esposo, afrontando a moralidade e os bons costumes de sua época.