A educação inclusiva deve ser plural, democrática e garantir o rompimento de padrões possibilitando a ressignificação da relação do professor com o aluno. Nesse contexto, o presente artigo tem como objetivo discutir a pedagogia de Paulo Freire estabelecendo uma conexão com a proposta pedagógica da inclusão. Este trabalho apresenta uma abordagem de natureza qualitativa e descritiva, a partir de uma pesquisa bibliográfica, em obras freirianas, documentos da legislação relacionados à educação inclusiva e artigos relacionados ao tema. A busca dos artigos, na base de dados da Biblioteca Eletrônica Científica Online (SciELO), deu-se utilizando os seguintes descritores “educação inclusiva” e “pedagogia freiriana”, sendo todos no idioma português, publicados entre 2020 e 2021. A pedagogia de Freire tem como princípio ser uma pedagogia da liberdade, com potencial transformador. Para tanto, propõe a superação da dialética opressores-oprimidos e visualiza o ser humano com potencial para transformar a sua realidade, lutar por modos de vida mais justos e democráticos. Dessa forma, o pensamento freireano possibilita amplas interpretações a partir de diferentes ângulos, uma vez que sua teoria enfatiza a importância do contexto histórico e sociocultural. Com isso, o conceito da inclusão vai ao encontro das ideias de Paulo Freire ao conceber que a relação de educador e educando baseia-se na igualdade, em um processo de via dupla, onde há a construção e reconstrução do conhecimento. A partir daí pôde-se compreender que a teoria freireana pode contribuir com o processo pedagógico da educação inclusiva, por suas características humanizadora e libertadora, na qual os sujeitos participantes são estimulados a se conscientizarem de sua realidade e do papel que podem exercer.