Este estudo busca analisar a constituição da Educação Indígena a partir das demandas apresentadas pelos movimentos indigenistas e como constructo formulado e expresso, nos documentos normativos da educação brasileira. Para tanto, dividiremos nossas considerações em três momentos: um voltado para a descrição das propostas de EEI ofertadas e geridas por órgãos indigenistas de Estado – Serviço de Proteção aos Índios (SPI) e Fundação Nacional do Índio (FUNAI), Conselhos Nacionais/Estaduais e o órgão educacional não indigenista – Ministério da Educação (MEC); o segundo voltado à uma reflexão acerca dos conceitos de cultura, multiculturalidade e interculturalidade; e o terceiro dedicado a apontamentos para uma relação linguagem e multilinguismo. O trabalho consiste em uma pesquisa documental, compreendida no recorte temporal de 1970 a 2017, período de atos e acontecimentos expressivos no âmbito social e normativo do Brasil, no tocante à Educação Escolar Indígena, destacando os principais avanços dentro do referido recorte temporal.