A inserção das mídias digitais provocou uma mudança paradigmática radical em todos os aspectos da vida humana em finais do século XX, e o desenvolvimento de meios tecnológicos como computadores e smarthphones avançaram exponencialmente no decorrer deste século transformando nosso comportamento, percepção, sensação e a forma de pensarmos, consequentemente alterando assim nossa forma de relação social com os outros de modo que a presença destes outros tornou-se virtual, isto é, ausente de matéria presente, de modo extremo, de caráter real. Com a grave crise sanitária a nível global de COVID-19, fomos surpreendidos com a obrigatoriedade de entramos em lockdown devido a transmissão do vírus por contato físico, o que promoveu o distanciamento social, de modo que, o único contato entre humanos se deu virtualmente pela interface de um celular ou pela tela de computador, assim como o paradigma pedagógico de ensino que foi alterado para modalidades virtuais de ensino-aprendizagem em plataformas digitais, acelerando também a aderência ao uso desses veículos tecnológicos para a educação tanto no ensino a distância quanto no ensino remoto, aumentando a presença virtual, por necessidade, em detrimento da presença material do outro. Deste modo, o presente artigo visa tratar da problemática atual na noção de alteridade devido a amortização da presença do outro pelo virtual e que se encontra aumentada pelo distanciamento social imposto pela necessidade de cuidar de si e do outro para evitar a disseminação viral, e que aparece refletido na formação dos educandos e sua relação com o outro, seja o educador e com outros educandos no ensino remoto e com a realidade após a saída recente do período de lockdown e normalização da vida.