Este artigo possui o intuito de analisar a filosofia da educação de Platão e de Rousseau. Na obra A República, a partir da construção da cidade ideal, Platão desenvolve seu projeto pedagógico como uma resposta ao contexto político em que vivia. Com foco na ideia de uma formação completa do homem, o objetivo de Platão é demonstrar a possibilidade do filósofo se tornar um governante, somente assim ele poderia manter a cidade justa e feliz. De modo semelhante, Rousseau apresenta sua teoria educacional centrada na obra Emílio, pela qual defende um novo modelo de ensino para que a humanidade saia do estado de decadência moral. Emílio é um personagem cuja trajetória é narrada desde sua infância até a fase adulta. Aqui, Rousseau defende a ideia de que a criança deva ser educada de modo indireto pelo tutor, respeitando as fases do desenvolvimento em que o autor estabelece. Nosso estudo pretende demonstrar que, apesar de terem vivido em épocas distintas, para ambos os filósofos política e educação estão interligados, enquanto a análise política e social aponta um problema, a reforma do sistema pedagógico pressupõe uma solução. Desse modo, acreditamos que a semelhança entre ambos os autores reside numa questão de cunho idealista, ou seja, ambos compartilham de uma premissa básica para elaborar suas teorias: diante do quadro social e político vivido, como a educação deveria ser estabelecida para resolver nossos problemas sociais? Nossa investigação, portanto, tem como objetivo comparar as teorias filosóficas dos respectivos autores a respeito da educação para refletirmos acerca do papel de ambas no meio político contemporâneo, afinal, tal como acreditamos, somente a educação é capaz de ‘salvar’ a nossa sociedade de seus problemas.