Este trabalho tem o objetivo de localizar, no território brasileiro, o campo científico da formação de professoras para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental-AIEF produzido entre 2006 e 2019. Com o intuito de analisar as (im)possibilidades de se estabelecer uma nova cultura de formação docente fundamentada nas relações – mediadas no e pelo Campo (BOURDIEU, 2004) – entre os Sujeitos e as Instituições responsáveis pela formação de docentes, nos múltiplos contextos situados do país. A luz das contribuições de André (2010), Diniz-Pereira (2013), Gatti (2015, 2019), Imbernón (2011), Sacristán (1999) e Silva Júnior (2015, 2019), o estudo toma como objeto "os locais de origem de pesquisas correlatas produzidas no Brasil” problematizando se a origem destas pesquisas (tomadas aqui como localização do campo científico), (im)possibilita o estreitamento das relações entre Universidades e Escolas de Educação Básica-EEB nos processos de formação inicial e continuada de professoras para os AIEF. Ao assumir uma abordagem exploratória, de caráter quantitativo, a investigação seguiu numa dinâmica metodológica que contemplou pesquisa bibliográfica (SÁ-SILVA et al, 2009) em teses e dissertações defendidas em programas de pós-graduação brasileiros. A sistematização dos dados revelou que o campo se concentrou praticamente no Estado de São Paulo, especialmente na capital paulista. Esses achados aventam que, enquanto matriz disciplinar de estudos, a formação de professoras de AIEF não têm acompanhado a capilaridade da instituição EEB. Relevando o importante papel das Universidades e do Campo Científico para revolucionar a forma de Ser e Formar professoras de AIEF, as análises sinalizam que o estabelecimento desta nova cultura está em função da valorização, consolidação, enraizamento e capilaridade do próprio campo pelo território nacional.