Artigo Anais I CINTEDI

ANAIS de Evento

ISSN: 2359-2915

OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO DOCENTE EM EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ( EJA)

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Publicado em 02 de dezembro de 2014

Resumo

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é a parte da educação básica destinada às pessoas que não tiveram oportunidade de estudar durante a infância ou adolescência. Por diferentes motivos, retornam à escola os estudantes que já haviam frequentado e aqueles que ingressam nela pela primeira vez. Diante de alunos que muitas vezes chegam à sala de aula após uma longa jornada de trabalho, o professor da EJA necessita estar preparado para utilizar uma metodologia adequada nessas salas para que assim possa ter sucesso no grande desafio que é formar leitores e escritores críticos nessa modalidade de ensino. É notório que no nosso país não possuímos políticas públicas oficiais suficientes que dêem conta da formação de professores da EJA. Comumente nos deparamos com profissionais sem a devida formação atuando nas salas de aulas da EJA. Isto quando possuem alguma formação acadêmica, pois existem casos em que os professores possuem apenas o Ensino Médio completo, ensinando por contrato temporário ou pela ideia equivocada de que basta apenas saber ler e escrever para alfabetizar. Tais pensamentos não levam conta práticas de leitura e escrita que se adequem à realidade do alunado. A Educação de Jovens e Adultos – EJA – compreende um leque amplo e heterogêneo de experiências educativas de formatos e modalidades diversos, que não correspondem necessariamente a ações de escolarização. Observamos que nos últimos anos essa modalidade de ensino é composta, em sua maioria, por sujeitos que nas últimas décadas tiveram o acesso garantido nas políticas educacionais, mas não tiveram a possibilidade da permanência. Essa realidade se deve a fatores econômicos, sociais e culturais que interferem direta e indiretamente no processo educacional. Assim, a formação do profissional da Educação de Jovens e Adultos pode representar um importante avanço nas políticas de acesso e permanência nessa modalidade de ensino, pois ela pode representar o elo entre as políticas e uma possível efetivação dessas na prática pedagógica do professor. Com o objetivo de problematizar a Educação de Jovens e Adultos a partir das exigências de formação de professores para essa modalidade de ensino, discutimos, no presente texto, as políticas públicas em Educação de Jovens e Adultos no Brasil e a formação para professores da EJA. O que se observa é que o processo de desvalorização dos profissionais de magistérios avançou progressivamente, quando o governo, preocupado em suprir a nova demanda de vagas de profissionais, flexionou as regras para a titulação de docentes; permitindo o funcionamento de cursos rápidos, com duração de um mês, funcionando nos fins de semana, não estando preocupados com a qualidade dessa formação que era precária. Hoje em dia, nas salas de aula da EJA, ainda nos deparamos como os mesmos problemas de anos atrás; professores sem a formação adequada, frequência irregular dos alunos, a visão de que a EJA é uma espécie de compensação para aqueles que não puderam estudar na idade recomendada. Para mudar essa realidade, precisamos de políticas públicas urgentes para subsidiar essa modalidade de ensino. Nesta perspectiva, neste trabalho, que se configura em um estudo teórico conceitual bibliográfico, abordamos as pesquisas desenvolvidas por Freire (1997), Silva (2012), dentre outros pesquisadores. O estudo demonstra que é necessário e urgente o estabelecimento de políticas educacionais que priorizem a formação do educador da EJA seja em nível de formação inicial como em nível de formação continuada. Sendo a Educação para Jovens e Adultos possuidora de suas especificidades, como as demais modalidades de ensino do nosso país, necessita de políticas públicas efetivas que assegurem boas condições para a formação e o trabalho do professor, fornecendo ao seu alunado uma Educação de qualidade.

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