Este artigo faz parte das produções elaboradas à luz das discussões acadêmicas do grupo de pesquisa cadastrado no CNPq, denominado “Inclusão e Alteridade”, coordenado pela professora e estudiosa sobre surdez Ana Dorziat Barbosa de Mélo. Consiste numa análise da concepção de surdez de mães ouvintes com filhos surdos. Pautamo-nos na informação trazida Godfeld (1997) destacando que entre as crianças surdas, 90% têm pais ouvintes, e ainda geralmente são as mães que conhecem a Libras e se comunicam melhor com seus filhos (OLIVEIRA, 2004). Entrevistamos dez mães (ouvintes) de crianças surdas matriculadas em uma escola municipal de João Pessoa. Procedeu-se à análise de conteúdo da categoria “concepção de surdez”. Na análise evidenciamos que a maioria das mães não possui um entendimento claro quanto à concepção de surdez, mas foi possível perceber a transformação de uma percepção clínica-terapêutica para uma percepção social-antropológica. Com isto concluímos com o pensamento de que é preciso fazer uso da alteridade, pois esta nos levará a uma reflexão quanto à concepção de surdez que acreditamos,assim como nos ajudará a compreender como nos relacionamos com a pessoa surda.