É sabido que o conceito de Educação Inclusiva surgiu a partir de 1994, com a Declaração de Salamanca, que dispôs sobre a igualdade na educação para todas as crianças e não apenas para as crianças que possuem necessidades educacionais especiais. De modo que, o termo Educação Inclusiva abarca todas as diferenças como forma de sanar todo e qualquer tipo de preconceito, ou seja, as ideias preconcebidas sobre algo ou alguém. Não obstante o que se observa é que por mais que varias políticas de autoafirmação da identidade negra tenham sido postas à sociedade no âmbito escolar, como uma forma de ressaltar a importância da cultura negra para a constituição da nossa identidade cultural, a exemplo da Lei 10.639/03, que propõe diretrizes curriculares para o ensino da cultura afro-brasileira e africana, ainda há muito que se fazer. Partindo desses pressupostos teóricos, surgiu a inquietação em refletir como tem sido a inclusão das crianças negras nas escolas de educação básica, quais os mecanismos utilizados como forma de afirmar sua identidade e sua história, apurando como as escolas têm se organizado para atingir o objetivo de atender a especificidade destas crianças. Assim sendo, os procedimentos metodológicos que permitiram a elaboração desta pesquisa foram entrevistas com coordenares de escolas Públicas da cidade de Mutuípe-Ba. Após a realização e análise das entrevistas, constatou-se que a as escolas do município pouco têm trabalhado no sentido de valorizar e despertar nas crianças a importância de se auto-afirmar enquanto negros, tais assuntos, em sua quase totalidade, ficam restritos as datas comemorativas, não dando a importância necessária.