ARAÚJO, Artur Torres De et al.. Educação em química, calor e temperatura. Anais I CINTEDI... Campina Grande: Realize Editora, 2014. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/8703>. Acesso em: 22/11/2024 02:25
Essa investigação é fundada nas ideias freireanas que levam em conta o conhecimento de mundo do estudante já traz consigo para a sala de aula e, que propõe um ensino problematizador quebrando o tradicionalismo e formando os estudantes para serem cidadãos conscientes e críticos. Delizoicov sistematizou ideias freireanas para o que ele chamou de "momentos pedagógicos", que são divididos em três. O primeiro momento pedagógico é chamado de "problematização inicial" que coloca o estudante em situações que ele pode vivenciar no seu dia-a-dia colocando o estudante em contato com o tema a ser abordado, mas com o intuito apenas de investigar suas concepções prévias. O segundo momento pedagógico é chamado de "organização do conhecimento" onde agora sabendo das concepções prévias dos estudantes o docente tem a possibilidade de direcionar sua aula para as distorções conceituais diagnosticadas na sala de aula. O terceiro momento pedagógico é chamado de "aplicação do conhecimento" onde os estudantes utilizaram o conhecimento que construíram durante as aulas para resolver problemas de preferência de caráter social. Nesse trabalho foi aplicado apenas o momento pedagógico de problematização inicial com estudantes do 2º ano do ensino médio de uma escola pública de João Pessoa, após a análise dos resultados obtidos verificou-se que existem três concepções principais de calor e temperatura, que estão intimamente ligadas a maneira como nos expressamos sobre esses fenômenos na vida cotidiana, são elas o calor como sendo uma substância, a existência de dois tipos de calor (quente e frio) e o calor como sendo diretamente proporcional da temperatura. Logo acreditamos que a problematização inicial se mostrou um ótimo instrumento de diagnóstico das concepções prévias dos estudantes a respeito de determinado tema, Consideramos inatingível buscar aniquilar as concepções cotidianas dos estudantes sobre calor e temperatura, enraizadas na linguagem popular, uma vez que existem várias situações onde essas concepções são aplicadas com sucesso na comunicação diária. Com isso surge à necessidade de propor um ensino que orienta o alargamento do perfil conceitual do estudante, que deverá incorporar novos significados científicos que passarão a conviver com os significados cotidianos.