A formação continuada para professores da Educação de Jovens e Adultos (EJA) já há algum tempo vem sendo tema de discussão entre os educadores do Estado de Rondônia, há uma queixa de que as formações ofertadas pela Secretaria Estadual de Educação, em parceria ou não com o Governo Federal, não atendem as especificidades do público da EJA. Recentemente, Gadotti (2014), ao abordar sobre política nacional de educação popular, chamou a atenção para a elaboração de um programa de formação continuada específico para os professores que atuam nessa modalidade de ensino. O presente estudo originou-se a partir da queixa dos educadores que atuam nos Centros Estaduais de Educação de Jovens e Adultos – CEEJA do Estado de Rondônia e da oferta do Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio. O objetivo foi realizar um levantamento, a partir do estudo do Caderno II: O jovem como sujeito do Ensino Médio, de modo a subsidiar a elaboração de um material complementar que atendesse, pelo menos em parte, as expectativas dos educadores. Expectativas essas que habitualmente estão relacionadas ao fazer pedagógico direcionado, o que conflita diretamente com a ideia defendida por Perrenoud (2002) ao tratar da mobilização de saberes, para o autor, quando alguém se torna formador de professores, a construção de competências profissionais deve se transformar no verdadeiro desafio, em outras palavras, o formador de professores não é professor de adultos, mas sim o mediador. Sobre essa reflexão Tardif (2012) contribui afirmando que a intenção não é esvaziar a lógica disciplinar dos programas de formação, mas sim, complementá-los abrindo espaços para uma lógica de formação profissional que reconheça o público alvo como sujeito do conhecimento, assim como o caderno em questão, que apresenta ao professor em formação o perfil do aluno jovem a fim de mediar os conflitos entre gerações e de repensar a prática docente. A pesquisa foi realizada com 27 Orientadores de Estudos dos 26 CEEJAs localizados em todo o Estado de Rondônia. A coleta de dados foi realizada através de questionário composto por questões semi-abertas a cerca das dificuldades e/ou pontos levantados pelos professores com relação a abordagem do caderno em estudo, cujo conteúdo é extremamente direcionado ao jovem de 15 a 29 anos. Os resultados mostraram que há uma necessidade de adequar o material de modo a abordar questões específicas da faixa etária acima dos 29 anos, principalmente as de ordem pedagógica, no entanto, revelou um dado já apresentado em outros estudos, mas até então não pesquisado com esse público rondoniense, a predominância de jovens de 15 a 29 anos nos CEEJAs. Alguns relatos de Orientadores de Estudo mostraram que a compreensão de algumas características desses jovens ajudou na questão da convivência entre as faixas etárias, ou seja, o objetivo foi além da reflexão provocada no professor atingindo também os colegas de turma. Outro ponto que merece destaque, com relação aos resultados, é a necessidade de se realizar um estudo mais aprofundado com relação aos demais cadernos a fim de enriquecer o caderno complementar a ser elaborado.