Artigo Anais do VIII ENALIC

ANAIS de Evento

ISSN: 2526-3234

PERCEPÇÃO AMBIENTAL DE LICENCIANDOS DE BIOLOGIA PARTICIPANTES DO PIBID: ANÁLISE DE VALORES ECOLÓGICOS E CONCEPÇÕES DE MEIO AMBIENTE

Palavra-chaves: ENSINO DE BIOLOGIA, MEIO AMBIENTE, PERCEPÇÃO AMBIENTAL, PIBID, VALORES ECOLÓGICOS Comunicação Oral (CO) ET 08: Formação inicial e continuada de professores
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      O PIBID NO INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS DA USP (PIBID-IBUSP) TEVE COMO DIRETRIZES, EM 2014, O ENSINO POR INVESTIGAÇÃO E A ABORDAGEM DE QUESTÕES ECOLÓGICAS E AMBIENTAIS. ESTA PESQUISA FOI REALIZADA NESSE CONTEXTO, COM 4 LICENCIANDO ATUANTES NUMA MESMA ESCOLA, QUE ELABORAM E APLICARAM UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA INVESTIGATIVA SOBRE “MATA ATLÂNTICA X RESTINGA”. UMA VEZ QUE OS LICENCIANDOS DESENVOLVERAM UMA SEQUÊNCIA SOBRE QUESTÕES AMBIENTAIS, UM PRIMEIRO OBJETIVO DE PESQUISA FOI COMPREENDER ASPECTOS DA PERCEPÇÃO AMBIENTAL (PA) DE TAIS SUJEITOS, INVESTIGANDO SUAS CONCEPÇÕES DE MEIO AMBIENTE E SEUS VALORES ECOLÓGICOS. AINDA, BUSCAMOS IDENTIFICAR SE DURANTE A PARTICIPAÇÃO NO PIBID TAIS ASPECTOS FORAM ALTERADOS. O RECORTE APRESENTADO NO PRESENTE ARTIGO É PARTE DE UMA PESQUISA MAIS ABRANGENTE, REALIZADA DURANTE O DOUTORADO DA PRIMEIRA AUTORA. PENSANDO-SE NA FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA QUE ORIENTA O TRABALHO, ADOTAMOS COMO DEFINIÇÃO DE PA A RELAÇÃO ENTRE O INDIVÍDUO E O MEIO NO QUAL ESTÁ INSERIDO, QUE OCORRE POR MEIO DOS MECANISMOS PERCEPTIVOS E COGNITIVOS. A PA DOS PROFESSORES É CONSTRUÍDA NÃO APENAS EM SUA PRÁTICA PROFISSIONAL, MAS TAMBÉM EM SUA FORMAÇÃO INICIAL. SENDO ASSIM, UMA ETAPA IMPORTANTE PARA A SENSIBILIZAÇÃO AMBIENTAL EM NOSSA SOCIEDADE É CONHECER COMO LICENCIANDOS PERCEBEM O MEIO AMBIENTE E ESTIMULAR O DESENVOLVIMENTO DE UMA VISÃO MAIS GLOBALIZANTE. O CONHECIMENTO DO INDIVÍDUO ESTÁ FORTEMENTE RELACIONADO A SUA PA, SENDO QUE O CONHECIMENTO FUNCIONARIA COMO UM FILTRO OU COMO UMA LENTE PELA QUAL PERCEBEMOS O MUNDO AO NOSSO REDOR. ASSIM, PODEMOS ASSUMIR QUE A CONCEPÇÃO DE MEIO AMBIENTE DE UM INDIVÍDUO É UM DOS IMPORTANTES ELEMENTOS DE SUA PA. O CONCEITO DE MEIO AMBIENTE PODE SER DEFINIDO DE DIVERSAS MANEIRAS. A PARTIR DE UMA REVISÃO DA LITERATURA SOBRE AS CONCEPÇÕES DESSE CONCEITO, TOWATA (2018) PROPÔS AS CATEGORIAS: NATURALISTA ROMÂNTICA, NATURALISTA REDUCIONISTA, ANTROPOCÊNTRICA, PROBLEMA E GLOBALIZANTE. A PA É COMPLEXA E ENGLOBA OUTROS ASPECTOS, COMO ATITUDES, PREOCUPAÇÕES, CRENÇAS, PARADIGMAS, VALORES E VISÕES DE MUNDO. DESTACAMOS O MODELO DE VALORES ECOLÓGICOS DE WISEMAN E BOGNER (2003), BASEADO EM PESQUISAS EMPÍRICAS USANDO DIFERENTES VERSÕES DE UM INSTRUMENTO AVALIATIVO. JOHNSON AND MANOLI (2008) DESENVOLVERAM, A PARTIR DESSE ORIGINAL, UM INSTRUMENTO MAIS ENXUTO E IGUALMENTE EFICIENTE, “THE ENVIRONMENT QUESTIONNAIRE” (TEQ – QUESTIONÁRIO DE MEIO AMBIENTE). O MODELO DE VALORES ECOLÓGICOS POSTULA QUE PRESERVAÇÃO (P) E UTILIZAÇÃO (U) SERIAM DOIS ELEMENTOS CHAVE DA PA, PORÉM NÃO NECESSARIAMENTE RELACIONADOS.  A PRESERVAÇÃO SERIA UMA DIMENSÃO BIOCÊNTRICA, QUE VISA À VALORIZAÇÃO E PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE. JÁ A UTILIZAÇÃO SERIA UMA DIMENSÃO ANTROPOCÊNTRICA, QUE REFLETE O USO DOS RECURSOS NATURAIS. O MODELO SITUA OS SUJEITOS EM QUATRO GRANDES CATEGORIAS, CORRESPONDENTES AOS QUADRANTES DO PLANO CARTESIANO (FIGURA 1). QUANTO À METODOLOGIA, A COLETA DE DADOS FOI REALIZADA UTILIZANDO-SE: (I) UM QUESTIONÁRIO INICIAL SOBRE PA, INCLUINDO UMA PARTE ADAPTADA E TRADUZIDA DO TEQ E AS SEGUINTES QUESTÕES ABERTAS: “O QUE É MEIO AMBIENTE? E “ASSINALE AS ALTERNATIVAS QUE APRESENTAM ELEMENTOS QUE FAZEM PARTE DO MEIO AMBIENTE. VOCÊ PODE ASSINALAR QUANTAS QUISER”, COM AS ALTERNATIVAS ANIMAIS, PLANTAS, CASA, HOMEM, PLANTAÇÕES, RIOS E LAGOS, CIDADE, MAR, LIXO, REPRESAS, MONTANHAS E OUTRO, (II) OBSERVAÇÃO DE UM TRECHO DE REUNIÃO DE PLANEJAMENTO COM DISCUSSÃO SOBRE MEIO AMBIENTE; (III) PARTE DE ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA ACOMPANHADA DE LEMBRANÇA ESTIMULADA, REALIZADA AO FINAL DO PIBID. OS DADOS DA ADAPTAÇÃO DO TEQ FORAM ANALISADOS SEGUNDO METODOLOGIA DE JOHNSON AND MANOLI (2008) E OS DADOS QUALITATIVOS FORAM SUBMETIDOS A ANÁLISE DE CONTEÚDO (BARDIN, 2009), UTILIZANDO AS CATEGORIAS A PRIORI DE TOWATA (2018). COMO RESULTADOS REFERENTES AOS VALORES ECOLÓGICOS, VERIFICAMOS QUE OS 4 LICENCIANDOS SE ENQUADRAVAM NA CATEGORIA DE PERSEPÇÃO+UTILIZAÇÃO-. SE CONSIDERARMOS A ESCOLHA PELO CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS, PODEMOS SUPOR QUE TAL RESULTADO SERIA ESPERADO. NO ENTANTO, VALE DESTACAR QUE ESSA PODE SER UMA VISÃO SIMPLISTA, VISTO QUE SOMOS INFLUENCIADOS POR DIFERENTES CONTEXTOS, VALORES E CONHECIMENTOS. PRINCIPALMENTE NA SOCIEDADE DE CONSUMO NA QUAL ESTAMOS INSERIDOS ATUALMENTE, SOMOS CADA VEZ MAIS ESTIMULADOS AO USO DE RECURSO SEM REFLEXÃO E PARCIMÔNIA (THØGERSEN, 2005). MUNOZA ET AL. (2009) INVESTIGARAM 6.000 PROFESSORES (EM FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA) DE 16 PAÍSES, UTILIZANDO INSTRUMENTO SIMILAR AO TEQ. SEUS RESULTADOS DEMONSTRARAM UMA DISCREPÂNCIA REFERENTE À DIMENSÃO UTILIZAÇÃO ENTRE PROFESSORES DE PAÍSES MAIS E MENOS DESENVOLVIDOS. OS AUTORES HIPOTETIZARAM QUE EM PAÍSES COM SITUAÇÃO ECONÔMICA MENOS FAVORÁVEL EXISTE UMA MENOR PREOCUPAÇÃO COM A EXPLOTAÇÃO DE RECURSOS, UMA VEZ QUE AS PESSOAS FOCARIAM SUA ATENÇÃO EM NECESSIDADES ESSENCIAIS. O PRESENTE TRABALHO NÃO CORROBORA TAL HIPÓTESE. NO ENTANTO, NOSSOS DADOS POSSUEM AMOSTRA MUITO MENOR E POUCO VARIADA SE COMPARADA A INVESTIGADA POR MUNOZA E COLABORADORES. AINDA, O BRASIL É UM PAÍS SOCIALMENTE MUITO DESIGUAL E POUCOS ESTUDANTES DO IBUSP POSSUEM SITUAÇÃO SOCIOECONÔMICA REALMENTE DESFAVORÁVEL. QUANTO ÀS CONCEPÇÕES DE MEIO AMBIENTE, NOTAMOS UMA DIVERSIDADE ENTRE OS LICENCIANDOS AO INICIAREM O PIBID, COM DOIS DELES MAIS PRÓXIMOS DA CONCEPÇÃO GLOBALIZANTE E OUTROS DOIS COM CONCEPÇÕES NATURALISTAS (REDUCIONISTA, ROMÂNTICA OU MESMO UM MISTO DE AMBAS). TAL RESULTADO FOI EVIDENCIADO PELAS RESPOSTAS SOBRE O QUE É MEIO AMBIENTE E PELA QUESTÃO REFERENTE AOS ELEMENTOS QUE FAZEM PARTE DESSE MEIO, NA QUAL DUAS LICENCIANDAS NÃO ASSINALARAM ELEMENTOS QUE CONSIDERAMOS MAIS RELACIONADOS À AÇÃO ANTRÓPICA (CASA, PLANTAÇÕES, CIDADE, LIXO E REPRESA). OS OUTROS ASSINALARAM TODOS OS ELEMENTOS. AO LONGO DO PROCESSO, AS CONCEPÇÕES FORAM DISCUTIDAS, CHEGANDO-SE A UMA DEFINIÇÃO COMUM PARA O GRUPO “A GENTE ESTÁ NELE, A GENTE INTERAGE (COM ELE) E A GENTE É MEIO AMBIENTE”, BEM COMO UM CONSENSO SOBRE OS ELEMENTOS PERTENCENTES AO MEIO AMBIENTE, APROXIMANDO-SE DE UMA CONCEPÇÃO MAIS DESEJÁVEL AO FINAL DA PARTICIPAÇÃO NO PIBID: GLOBALIZANTE. AO PENSARMOS NO CENÁRIO NACIONAL ATUAL, DE PROFUNDO DESRESPEITO ÀS QUESTÕES AMBIENTAIS, A FORMAÇÃO DE PROFESSORES ENGAJADOS E COM PERCEPÇÃO AMBIENTAL AMPLA É FUNDAMENTAL PARA O MOVIMENTO DE RESISTÊNCIA E VALORIZAÇÃO DO MEIO AMBIENTE. NOSSOS RESULTADOS DESTACAM O PIBID, CUJA RELEVÂNCIA EM DIVERSOS ASPECTOS JÁ FOI AMPLAMENTE REPORTADA NA LITERATURA, COMO UMA ALTERNATIVA IMPORTANTE TAMBÉM PARA ESSE ENFRENTAMENTO.  \r\n
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      FIGURA 1. MODELO BIDIMENSIONAL DE VALORES ECOLÓGICOS (MODIFICADO DE WISEMAN E BOGNER, 2003 POR URSI E TOWATA, 2018).\r\n
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      REFERÊNCIAS\r\n
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      BARDIN, L. ANÁLISE DE CONTEÚDO. LISBOA: EDIÇÕES 70, 2009.\r\n
      JOHNSON, B.; MANOLI, C.C. USING BOGNER AND WISEMAN’S MODEL OF ECOLOGICAL VALUES TO MEASURE THE IMPACT OF AN EARTH EDUCATION PROGRAM ON CHILDREN’S ENVIRONMENTAL PERCEPTIONS. ENVIRONMENTAL EDUCATION RESEARCH, V. 14, N. 2, P. 115-127, 2008\r\n
      MUNOZA, F. ET AL. TEACHERS’ CONCEPTION OF NATURE AND ENVIRONMENT IN 16 COUNTRIES. JOURNAL OF ENVIRONMENTAL PSYCHOLOGY, V. 29, P.407-413, 2009.\r\n
      URSI, S.; TOWATA, N. ENVIRONMENTAL PERCEPTION ABOUT MARINE AND COASTAL ECOSYSTEMS: EVALUATION THROUGH A RESEARCH INSTRUMENT BASED ON MODEL OF ECOLOGICAL VALUES. PROBLEMS OF EDUCATION IN THE 21ST CENTURY, V. 76, N.3, P. 393-405 2018 \r\n
      THØGERSEN, J. HOW MAY CONSUMER POLICY EMPOWER CONSUMERS FOR SUSTAINABLE LIFESTYLES? JOURNAL OF CONSUMER POLICY, V. 28, N. 2, P. 143-177. 2005.\r\n
      TOWATA, N. PERCEPÇÃO AMBIENTAL E ENSINO POR INVESTIGAÇÃO: ESTUDO DE CASO COM LICENCIANDOS DE BIOLOGIA PARTICIPANTES DO PIBID. TESE DE DOUTORADO. INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, 2018.\r\n
      WISEMAN, M.; BOGNER, F.X. A HIGHER-ORDER MODEL OF ECOLOGICAL VALUES AND ITS RELATIONSHIP TO PERSONALITY. PERSONALITY AND INDIVIDUAL DIFFERENCES, V. 34, P. 783–94. 2003.
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Publicado em 06 de abril de 2022

Resumo

O PIBID NO INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS DA USP (PIBID-IBUSP) TEVE COMO DIRETRIZES, EM 2014, O ENSINO POR INVESTIGAÇÃO E A ABORDAGEM DE QUESTÕES ECOLÓGICAS E AMBIENTAIS. ESTA PESQUISA FOI REALIZADA NESSE CONTEXTO, COM 4 LICENCIANDO ATUANTES NUMA MESMA ESCOLA, QUE ELABORAM E APLICARAM UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA INVESTIGATIVA SOBRE “MATA ATLÂNTICA X RESTINGA”. UMA VEZ QUE OS LICENCIANDOS DESENVOLVERAM UMA SEQUÊNCIA SOBRE QUESTÕES AMBIENTAIS, UM PRIMEIRO OBJETIVO DE PESQUISA FOI COMPREENDER ASPECTOS DA PERCEPÇÃO AMBIENTAL (PA) DE TAIS SUJEITOS, INVESTIGANDO SUAS CONCEPÇÕES DE MEIO AMBIENTE E SEUS VALORES ECOLÓGICOS. AINDA, BUSCAMOS IDENTIFICAR SE DURANTE A PARTICIPAÇÃO NO PIBID TAIS ASPECTOS FORAM ALTERADOS. O RECORTE APRESENTADO NO PRESENTE ARTIGO É PARTE DE UMA PESQUISA MAIS ABRANGENTE, REALIZADA DURANTE O DOUTORADO DA PRIMEIRA AUTORA. PENSANDO-SE NA FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA QUE ORIENTA O TRABALHO, ADOTAMOS COMO DEFINIÇÃO DE PA A RELAÇÃO ENTRE O INDIVÍDUO E O MEIO NO QUAL ESTÁ INSERIDO, QUE OCORRE POR MEIO DOS MECANISMOS PERCEPTIVOS E COGNITIVOS. A PA DOS PROFESSORES É CONSTRUÍDA NÃO APENAS EM SUA PRÁTICA PROFISSIONAL, MAS TAMBÉM EM SUA FORMAÇÃO INICIAL. SENDO ASSIM, UMA ETAPA IMPORTANTE PARA A SENSIBILIZAÇÃO AMBIENTAL EM NOSSA SOCIEDADE É CONHECER COMO LICENCIANDOS PERCEBEM O MEIO AMBIENTE E ESTIMULAR O DESENVOLVIMENTO DE UMA VISÃO MAIS GLOBALIZANTE. O CONHECIMENTO DO INDIVÍDUO ESTÁ FORTEMENTE RELACIONADO A SUA PA, SENDO QUE O CONHECIMENTO FUNCIONARIA COMO UM FILTRO OU COMO UMA LENTE PELA QUAL PERCEBEMOS O MUNDO AO NOSSO REDOR. ASSIM, PODEMOS ASSUMIR QUE A CONCEPÇÃO DE MEIO AMBIENTE DE UM INDIVÍDUO É UM DOS IMPORTANTES ELEMENTOS DE SUA PA. O CONCEITO DE MEIO AMBIENTE PODE SER DEFINIDO DE DIVERSAS MANEIRAS. A PARTIR DE UMA REVISÃO DA LITERATURA SOBRE AS CONCEPÇÕES DESSE CONCEITO, TOWATA (2018) PROPÔS AS CATEGORIAS: NATURALISTA ROMÂNTICA, NATURALISTA REDUCIONISTA, ANTROPOCÊNTRICA, PROBLEMA E GLOBALIZANTE. A PA É COMPLEXA E ENGLOBA OUTROS ASPECTOS, COMO ATITUDES, PREOCUPAÇÕES, CRENÇAS, PARADIGMAS, VALORES E VISÕES DE MUNDO. DESTACAMOS O MODELO DE VALORES ECOLÓGICOS DE WISEMAN E BOGNER (2003), BASEADO EM PESQUISAS EMPÍRICAS USANDO DIFERENTES VERSÕES DE UM INSTRUMENTO AVALIATIVO. JOHNSON AND MANOLI (2008) DESENVOLVERAM, A PARTIR DESSE ORIGINAL, UM INSTRUMENTO MAIS ENXUTO E IGUALMENTE EFICIENTE, “THE ENVIRONMENT QUESTIONNAIRE” (TEQ – QUESTIONÁRIO DE MEIO AMBIENTE). O MODELO DE VALORES ECOLÓGICOS POSTULA QUE PRESERVAÇÃO (P) E UTILIZAÇÃO (U) SERIAM DOIS ELEMENTOS CHAVE DA PA, PORÉM NÃO NECESSARIAMENTE RELACIONADOS. A PRESERVAÇÃO SERIA UMA DIMENSÃO BIOCÊNTRICA, QUE VISA À VALORIZAÇÃO E PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE. JÁ A UTILIZAÇÃO SERIA UMA DIMENSÃO ANTROPOCÊNTRICA, QUE REFLETE O USO DOS RECURSOS NATURAIS. O MODELO SITUA OS SUJEITOS EM QUATRO GRANDES CATEGORIAS, CORRESPONDENTES AOS QUADRANTES DO PLANO CARTESIANO (FIGURA 1). QUANTO À METODOLOGIA, A COLETA DE DADOS FOI REALIZADA UTILIZANDO-SE: (I) UM QUESTIONÁRIO INICIAL SOBRE PA, INCLUINDO UMA PARTE ADAPTADA E TRADUZIDA DO TEQ E AS SEGUINTES QUESTÕES ABERTAS: “O QUE É MEIO AMBIENTE? E “ASSINALE AS ALTERNATIVAS QUE APRESENTAM ELEMENTOS QUE FAZEM PARTE DO MEIO AMBIENTE. VOCÊ PODE ASSINALAR QUANTAS QUISER”, COM AS ALTERNATIVAS ANIMAIS, PLANTAS, CASA, HOMEM, PLANTAÇÕES, RIOS E LAGOS, CIDADE, MAR, LIXO, REPRESAS, MONTANHAS E OUTRO, (II) OBSERVAÇÃO DE UM TRECHO DE REUNIÃO DE PLANEJAMENTO COM DISCUSSÃO SOBRE MEIO AMBIENTE; (III) PARTE DE ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA ACOMPANHADA DE LEMBRANÇA ESTIMULADA, REALIZADA AO FINAL DO PIBID. OS DADOS DA ADAPTAÇÃO DO TEQ FORAM ANALISADOS SEGUNDO METODOLOGIA DE JOHNSON AND MANOLI (2008) E OS DADOS QUALITATIVOS FORAM SUBMETIDOS A ANÁLISE DE CONTEÚDO (BARDIN, 2009), UTILIZANDO AS CATEGORIAS A PRIORI DE TOWATA (2018). COMO RESULTADOS REFERENTES AOS VALORES ECOLÓGICOS, VERIFICAMOS QUE OS 4 LICENCIANDOS SE ENQUADRAVAM NA CATEGORIA DE PERSEPÇÃO+UTILIZAÇÃO-. SE CONSIDERARMOS A ESCOLHA PELO CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS, PODEMOS SUPOR QUE TAL RESULTADO SERIA ESPERADO. NO ENTANTO, VALE DESTACAR QUE ESSA PODE SER UMA VISÃO SIMPLISTA, VISTO QUE SOMOS INFLUENCIADOS POR DIFERENTES CONTEXTOS, VALORES E CONHECIMENTOS. PRINCIPALMENTE NA SOCIEDADE DE CONSUMO NA QUAL ESTAMOS INSERIDOS ATUALMENTE, SOMOS CADA VEZ MAIS ESTIMULADOS AO USO DE RECURSO SEM REFLEXÃO E PARCIMÔNIA (THØGERSEN, 2005). MUNOZA ET AL. (2009) INVESTIGARAM 6.000 PROFESSORES (EM FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA) DE 16 PAÍSES, UTILIZANDO INSTRUMENTO SIMILAR AO TEQ. SEUS RESULTADOS DEMONSTRARAM UMA DISCREPÂNCIA REFERENTE À DIMENSÃO UTILIZAÇÃO ENTRE PROFESSORES DE PAÍSES MAIS E MENOS DESENVOLVIDOS. OS AUTORES HIPOTETIZARAM QUE EM PAÍSES COM SITUAÇÃO ECONÔMICA MENOS FAVORÁVEL EXISTE UMA MENOR PREOCUPAÇÃO COM A EXPLOTAÇÃO DE RECURSOS, UMA VEZ QUE AS PESSOAS FOCARIAM SUA ATENÇÃO EM NECESSIDADES ESSENCIAIS. O PRESENTE TRABALHO NÃO CORROBORA TAL HIPÓTESE. NO ENTANTO, NOSSOS DADOS POSSUEM AMOSTRA MUITO MENOR E POUCO VARIADA SE COMPARADA A INVESTIGADA POR MUNOZA E COLABORADORES. AINDA, O BRASIL É UM PAÍS SOCIALMENTE MUITO DESIGUAL E POUCOS ESTUDANTES DO IBUSP POSSUEM SITUAÇÃO SOCIOECONÔMICA REALMENTE DESFAVORÁVEL. QUANTO ÀS CONCEPÇÕES DE MEIO AMBIENTE, NOTAMOS UMA DIVERSIDADE ENTRE OS LICENCIANDOS AO INICIAREM O PIBID, COM DOIS DELES MAIS PRÓXIMOS DA CONCEPÇÃO GLOBALIZANTE E OUTROS DOIS COM CONCEPÇÕES NATURALISTAS (REDUCIONISTA, ROMÂNTICA OU MESMO UM MISTO DE AMBAS). TAL RESULTADO FOI EVIDENCIADO PELAS RESPOSTAS SOBRE O QUE É MEIO AMBIENTE E PELA QUESTÃO REFERENTE AOS ELEMENTOS QUE FAZEM PARTE DESSE MEIO, NA QUAL DUAS LICENCIANDAS NÃO ASSINALARAM ELEMENTOS QUE CONSIDERAMOS MAIS RELACIONADOS À AÇÃO ANTRÓPICA (CASA, PLANTAÇÕES, CIDADE, LIXO E REPRESA). OS OUTROS ASSINALARAM TODOS OS ELEMENTOS. AO LONGO DO PROCESSO, AS CONCEPÇÕES FORAM DISCUTIDAS, CHEGANDO-SE A UMA DEFINIÇÃO COMUM PARA O GRUPO “A GENTE ESTÁ NELE, A GENTE INTERAGE (COM ELE) E A GENTE É MEIO AMBIENTE”, BEM COMO UM CONSENSO SOBRE OS ELEMENTOS PERTENCENTES AO MEIO AMBIENTE, APROXIMANDO-SE DE UMA CONCEPÇÃO MAIS DESEJÁVEL AO FINAL DA PARTICIPAÇÃO NO PIBID: GLOBALIZANTE. AO PENSARMOS NO CENÁRIO NACIONAL ATUAL, DE PROFUNDO DESRESPEITO ÀS QUESTÕES AMBIENTAIS, A FORMAÇÃO DE PROFESSORES ENGAJADOS E COM PERCEPÇÃO AMBIENTAL AMPLA É FUNDAMENTAL PARA O MOVIMENTO DE RESISTÊNCIA E VALORIZAÇÃO DO MEIO AMBIENTE. NOSSOS RESULTADOS DESTACAM O PIBID, CUJA RELEVÂNCIA EM DIVERSOS ASPECTOS JÁ FOI AMPLAMENTE REPORTADA NA LITERATURA, COMO UMA ALTERNATIVA IMPORTANTE TAMBÉM PARA ESSE ENFRENTAMENTO. FIGURA 1. MODELO BIDIMENSIONAL DE VALORES ECOLÓGICOS (MODIFICADO DE WISEMAN E BOGNER, 2003 POR URSI E TOWATA, 2018). REFERÊNCIAS BARDIN, L. ANÁLISE DE CONTEÚDO. LISBOA: EDIÇÕES 70, 2009. JOHNSON, B.; MANOLI, C.C. USING BOGNER AND WISEMAN’S MODEL OF ECOLOGICAL VALUES TO MEASURE THE IMPACT OF AN EARTH EDUCATION PROGRAM ON CHILDREN’S ENVIRONMENTAL PERCEPTIONS. ENVIRONMENTAL EDUCATION RESEARCH, V. 14, N. 2, P. 115-127, 2008 MUNOZA, F. ET AL. TEACHERS’ CONCEPTION OF NATURE AND ENVIRONMENT IN 16 COUNTRIES. JOURNAL OF ENVIRONMENTAL PSYCHOLOGY, V. 29, P.407-413, 2009. URSI, S.; TOWATA, N. ENVIRONMENTAL PERCEPTION ABOUT MARINE AND COASTAL ECOSYSTEMS: EVALUATION THROUGH A RESEARCH INSTRUMENT BASED ON MODEL OF ECOLOGICAL VALUES. PROBLEMS OF EDUCATION IN THE 21ST CENTURY, V. 76, N.3, P. 393-405 2018 THØGERSEN, J. HOW MAY CONSUMER POLICY EMPOWER CONSUMERS FOR SUSTAINABLE LIFESTYLES? JOURNAL OF CONSUMER POLICY, V. 28, N. 2, P. 143-177. 2005. TOWATA, N. PERCEPÇÃO AMBIENTAL E ENSINO POR INVESTIGAÇÃO: ESTUDO DE CASO COM LICENCIANDOS DE BIOLOGIA PARTICIPANTES DO PIBID. TESE DE DOUTORADO. INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, 2018. WISEMAN, M.; BOGNER, F.X. A HIGHER-ORDER MODEL OF ECOLOGICAL VALUES AND ITS RELATIONSHIP TO PERSONALITY. PERSONALITY AND INDIVIDUAL DIFFERENCES, V. 34, P. 783–94. 2003.

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