O PRESENTE ARTIGO OBJETIVOU PROBLEMATIZAR AS IMPLICAÇÕES SUBJETIVAS DAS NOTIFICAÇÕES DE CASOS DE
AUTOMUTILAÇÃO NAS ESCOLAS. TRATA-SE DE UMA PESQUISA DE NATUREZA ENSAÍSTICA, ONDE APRESENTAMOS NOSSO
POSICIONAMENTO EM RELAÇÃO A ESTE TEMA, ANCORADOS NO REFERENCIAL TEÓRICO PSICANALÍTICO. APESAR DE
CONSIDERARMOS PERTINENTE A NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE CASOS DE AUTOMUTILAÇÃO E SUICÍDIO NAS ESCOLAS,
ARGUMENTAMOS A IMPORTÂNCIA DE REFLETIR SOBRE AS IMPLICAÇÕES SUBJETIVAS DESTA MEDIDA, POIS ACREDITAMOS
QUE A FORMA COMO OS EDUCADORES FAZEM ESSAS NOTIFICAÇÕES PODE ESTAR SENDO INFLUENCIADA PELO
PREDOMINANTE DISCURSO BIOMÉDICO E PSICOLOGIZANTE, QUE NEGLIGENCIA OS SEUS ASPECTOS SOCIAIS, CULTURAIS,
HISTÓRICOS E POLÍTICOS, ALÉM DE CONTRIBUIR PARA O FORTALECIMENTO DE ESTIGMAS, PRECONCEITOS, PATOLOGIZAÇÃO,
MEDICALIZAÇÃO E EXCLUSÃO DOS SUJEITOS ENVOLVIDOS NESTAS PRÁTICAS. NESSE SENTIDO, DEFENDEMOS QUE ESSAS
NOTIFICAÇÕES SEJAM ACOMPANHADAS DE UMA MUDANÇA DE POSTURA POR PARTE DOS EDUCADORES A RESPEITO DA
AUTOMUTILAÇÃO E DOS SUJEITOS QUE A PRATICAM. UMA POSSIBILIDADE DE OPERACIONALIZAR ISSO É FOMENTANDO A
ACESSIBILIDADE ATITUDINAL, TOMANDO CUIDADO DE NÃO NATURALIZAR ATITUDES EXCLUDENTES, COMO CONSIDERAR QUE
ESSAS PESSOAS TÊM “MENTE FRACA” OU QUE O FAZEM PARA “CHAMAR ATENÇÃO”, ETC. ASSIM, TEMOS CONSCIÊNCIA
QUE A ACESSIBILIDADE ATITUDINAL QUE DEFENDEMOS AQUI NÃO É SUFICIENTE PARA EXTINGUIR AS PRÁTICAS DE
AUTOMUTILAÇÃO. TODAVIA, APRESENTAMOS CAMINHOS QUE PODEM AUXILIAR NO MANEJO DESSES CASOS NAS
INSTITUIÇÕES EDUCACIONAIS E QUE, A PARTIR DA PSICANÁLISE A PENSAR O SUJEITO QUE PRATICA AUTOMUTILAÇÃO EM
SUA SINGULARIDADE, A PARTIR DO RECORTE ESPECÍFICO DO LUGAR QUE ELE OCUPA NA CULTURA, SOB UMA PERSPECTIVA
CRÍTICA, SUBVERTENDO O DISCURSO BIOMÉDICO INSTITUÍDO E CAMINHANDO NA DIREÇÃO DA EMANCIPAÇÃO DOS
SUJEITOS.