Na fábula de Clarice Lispector, a autora promove a inserção de uma poiesis cotidiana ao contar uma narrativa metamorfoseada em fábula. É o que presenciamos na publicação do seu quarto livro infantil Quase de verdade (1997). Neste, a escrita clariciana envolve espacialidades do selvagem no qual habitam bichos e homens de maneira que não possui intenção de descrever o real ou o mítico, todavia, antes rasurá-los. Desse modo, nosso referencial teórico abordará a inscrição dos personagens articulados aos conceitos de animal-escrita e devir-animal (DELEUZE & GUATTARI, 2005).