A HISTÓRIA É A BASE QUE NOS DÁ OPORTUNIDADE DE CONHECER AS FASES QUE O POVO MOÇAMBICANO PERCORREU, SENDO QUE ESTE PERCURSO É ENTENDIDO COMO UM PROCESSO QUE SE DESENROLA COMO UM GUIA DE REFLEXÃO PARA O PRESENTE E QUE PERMITE A VISÃO DO QUE SERÁ O FUTURO. OS CONTOS DE LILIA MOMPLÉ MOSTRAM VÁRIOS TEMAS QUE SE PRONUNCIAM A PARTIR DAS RELAÇÕES DE TRABALHO. INTERESSA-NOS SABER COMO TAIS CONTOS DESLINDAM AS SITUAÇÕES SOCIAIS POR MEIO DA LITERATURA. INICIALMENTE, PODEMOS PERCEBER NO DISCURSO DE LÍLIA MOMPLÉ UMA DENÚNCIA EM RELAÇÃO À REDUÇÃO DO TRABALHADOR A UM ESTADO DE MISÉRIA ABSOLUTA. ETIMOLOGICAMENTE, O TERMO TRABALHO ALUDE AO SENTIDO DE CASTIGO OU À DOR, CONFORME EXPLICA REIS, “A PALAVRA SURGIU NO SENTIDO DE TORTURA, NO LATIM TRIPALIARE, TORTURAR COM TRIPALIUM, MÁQUINA DE TRÊS PONTAS” (REIS, 2007, P.9). É NESTE CENÁRIO DE TORTURA, SUBALTERNIZAÇÃO É QUE SURGE A ESCRITA DA MOÇAMBICANA LÍLIA MOMPLÉ,QUE AO EXIBIR RELATOS DO TEMPO COLONIAL E PÓS-COLONIAL, APROVEITA AS PERSONAGENS FEMININAS COMO MEIO DE DENÚNCIA NO QUE SE REFERE AO PLANO INDIVIDUAL E AO COLETIVO DE UM POVO. EMBORA A LITERATURA FEMININA AFRICANA TENHA SIDO QUASE NULA NO PERÍODO COLONIAL, E DE IGUAL MODO NO TEMPO DE LUTA DE LIBERTAÇÃO NACIONAL (PÓS-REVOLUÇÃO), MUITOS SÃO OS AUTORES QUE UTILIZAM A TEMÁTICA LIGADA À MULHER COMO INSPIRAÇÃO. COM O INTUITO DE DENUNCIAR AS ATROCIDADES DE UM TEMPO MARCADO PELA INFERIORIDADE DO SER AFRICANO E DA FIGURA FEMININA, O ATO DE NARRAR PARA A ESCRITORA MOÇAMBICANA REPRESENTA, ASSIM, UM PROCESSO NECESSÁRIO PARA ESTABELECER A IDENTIDADE DO SEU PAÍS E DO SEU POVO. O PRESENTE TRABALHO OBJETIVO INVESTIGAR RELATOS DO REAL NO CONTO NINGUÉM MATOU SUHURA (CONTOS, 1988) DE LÍLIA MOMPLÉ NUMA PERSPECTIVA HISTÓRICA. METODOLOGICAMENTE O TRABALHO SE SUSTENTARÁ NO PENSAMENTO DE TEÓRICOS COMO ALÓS (2011,), HUTCHEON (1991) ENTRE OUTROS. EM SÍNTESE, ALMEJAMOS CONCLUIR ESTA PESQUISA MOSTRANDO QUE, PELO DISCURSO HISTÓRICO, É POSSÍVEL DESVENDAR, A PARTIR DAS PERSONAGENS FEMININAS, RELATOS DO PERÍODO COLONIAL E PÓS-COLONIAL.