HISTORICAMENTE, OS DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS SÃO MATÉRIA-PRIMA DAS ANÁLISES SOCIAIS E AÇÕES POLÍTICAS DO CAMPO FEMINISTA E DE GÊNERO. ENTRETANTO, QUANDO FALAMOS EM PESSOAS TRANS, CISTEMATICAMENTE CONVENCIONOU-SE NÃO TOCAR EM ASSUNTOS REFERENTES À CORPORALIDADE, SENDO QUE ALGUMAS PESSOAS ENXERGAM ATÉ MESMO AS PAUTAS TRANS COMO CONTRÁRIAS ÀS DEMANDAS SEXUAIS E REPRODUTIVAS DE MULHERES CISGÊNERAS. POR OUTRO LADO, O TRANSFEMINISMO, QUE É PROTAGONIZADO POR MULHERES TRANS E TRAVESTIS, POUCO TEM TOCADO NO ASSUNTO. ASSIM, ESSE ARTIGO TEM COMO PRINCIPAL OBJETIVO PROPOR UMA NOVA AGENDA POLÍTICA EM TORNO DOS DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS, CONSIDERANDO SOBRETUDO AS NOVAS PERSPECTIVAS DE ANÁLISE QUE HOMENS TRANS, BOYCETAS E NÃO-BINÁRIES PROVOCAM NESSE DEBATE - O QUE FAZ PENSAR DESDE A CONCEPÇÃO, PARTO, AMAMENTAÇÃO (OU ATÉ MESMO O ABORTO) PARA FIGURAS (TRANS)MASCULINAS E NÃO-BINÁRIAS ATÉ PRÁTICAS DE PREVENÇÃO SEXUAL PARA O GRUPO, ENTRE OUTROS. COMO OBJETIVOS ESPECÍFICOS PRETENDE-SE REVISITAR AS DISCUSSÕES SOBRE DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS TENSIONANDO-AS SOB A PERSPECTIVA DO MARCADOR SOCIAL DA IDENTIDADE DE GÊNERO E TAMBÉM REVISITAR O DEBATE FEITO POR NANCY FRASER (2002, 2006) SOBRE DILEMAS DE REDISTRIBUIÇÃO E RECONHECIMENTO A PARTIR DE QUESTÕES RELACIONADAS AO ACESSO À SAÚDE REPRODUTIVA E SEXUAL. OS PRINCIPAIS RESULTADOS DESSA INVESTIGAÇÃO IMPLICAM NÃO SÓ EM NOVAS EPISTEMES E CAMINHOS PARA SE CONSTRUIR O DEBATE DE SEXUALIDADE E REPRODUÇÃO, COMO TAMBÉM O ALARGAMENTO DO IMAGINÁRIO DAS LUTAS SOBRE DE REDISTRIBUIÇÃO E RECONHECIMENTO.