ESTE TRABALHO É UM FAZER CIENTÍFICO, MAS É TAMBÉM UM LONGO DE MEMÓRIA, DE LUTAS E RESISTÊNCIAS CONTRA OS ETERNOS APAGAMENTOS, SEJAM ELES HISTÓRICOS, OU DA SUBJETIVIDADE. PORTANTO, COMO EXERCÍCIO DE REPENSAR A CENTRALIDADE DE ESTUDOS E DE OUVIR AQUELES QUE FORAM CALADOS POR TEMPO DEMAIS, TENHO COMO OBJETIVO REFLETIR SOBRE A IMPORTÂNCIA DA NARRATIVA FEMININA NEGRA COMO FORMA DE NÃO APAGAMENTO HISTÓRICO DE PESSOAS PRETAS, UMA VERDADEIRA REESCRITA DA HISTÓRIA. E DE COMO A SUA INSCRIÇÃO, MESMO POR MEIO DA FICÇÃO, É UMA AFIRMAÇÃO POLÍTICA DA (R)EXISTÊNCIA DESSES CORPOS. UMA TENTATIVA DE RESGATAR E REESCREVER UMA ESTRUTURA SOCIAL DE OPRESSÃO E SEGREGAÇÃO. ASSIM, PROPONHO O DIÁLOGO DOS CONCEITOS DE HISTÓRIA E DESCOLONIZAÇÃO ENCONTRADOS EM ACHILLE MBEMBE (2014; 2018). E DE PALAVRA E ESCRITA COMO FORMA DE DESCOLONIZAÇÃO PARA A PESSOA NEGRA E COMO A MEMÓRIA É FUNDAMENTAL PARA A SUA ESCRITA EM GRADA KILOMBA (2019). PARA, ENTÃO, COMPREENDER A NARRAÇÃO COMO FORMA DE REESCRITA DA MEMÓRIA NEGRA POR MEIO DAS VOZES-MULHERES NO ROMANCE TORTO ARADO (2019), DE ITAMAR VIEIRA JUNIOR.