EM OUTUBRO DE 2017, UMA BONECA REPRESENTANDO A FILÓSOFA NORTE-AMERICANA JUDITH BUTLER, SIMBOLIZANDO A “BRUXA” FUNDADORA DAS REFERÊNCIAS BASILARES DA RETÓRICA “IDEOLOGIA DE GÊNERO” FOI QUEIMADA FRENTE AO SESC POMPEIA EM SÃO PAULO. PARA O/AS MANIFESTANTES, O FOGO SIMBOLIZAVA A DESTRUIÇÃO DA BRUXA JUDITH, INIMIGA DE UM MODELO FAMILIAR E DE EDUCAÇÃO ESCOLAR HETERONORMATIVA. POR QUE AS FORMULAÇÕES DESSA FILÓSOFA FORAM CONSIDERADAS PERIGOSAS AO PONTO DE REQUERER SUA ELIMINAÇÃO CORPORAL SIMBÓLICA EM PÚBLICO? EM OUTROS TERMOS, QUAL O PODER DE DESCONSTRUÇÃO DA BRUXA BUTLER QUE ATERRORIZARA OS EMPREENDEDORES MORAIS? ESTE ARTIGO PRETENDE IDENTIFICAR E REFLETIR SOBRE A POTÊNCIA DAS CATEGORIAS UTILIZADAS POR JUDITH BUTLER EM UM POSSÍVEL PROCESSO DE DESCONSTRUÇÃO DOS DISCURSOS “ANTIGÊNERO”, PRINCIPALMENTE AQUELES REUNIDOS NO SINTAGMA “IDEOLOGIA DE GÊNERO”. PARA TANTO, A PESQUISA BIBLIOGRÁFICA EMPREENDIDA FOCALIZOU AS RECENTES PUBLICAÇÕES DA FILÓSOFA, ALÉM DE ENTREVISTAS CONCEDIDAS E ARTIGOS ACADÊMICOS QUE TEMATIZARAM A FOGUEIRA DE BUTLER E A “IDEOLOGIA DE GÊNERO”. ESTRATEGICAMENTE, AS TEORIZAÇÕES DE BUTLER SE TORNARAM OS PRINCIPAIS ALVOS DO(A)S EMPREENDEDORES MORAIS PORQUE DESCONSTROEM O GÊNERO BINÁRIO E INTELIGÍVEL QUE FUNDAMENTA A PERSPECTIVA DE GÊNERO ESSENCIALISTA QUE ELES OBJETIVAM CONTINUAR REPRODUZINDO NA SOCIEDADE BRASILEIRA.