ESTE ENSAIO TEÓRICO REFLETE SOBRE COMO A AGENDA POLÍTICA LGBTQIA+ NO BRASIL ESTÁ IMPLICADA À AMÁLGAMA SOCIOECONÔMICA ENTRE NEOLIBERALISMO E NEOCONSERVADORISMO. APESAR DE FUNDAMENTOS ECONÔMICOS-POLÍTICOS E CONTEXTO HISTÓRICO DISTINTOS, COMPREENDE-SE QUE VIVEMOS UM ENLACE ENTRE ESSAS CORRENTES POLÍTICAS-IDEOLÓGICAS DENOMINADA DE “NOVA DIREITA” (PEREIRA, 2016). O ESTADO ENQUANTO “CONDENSAÇÃO PARTICULAR DE REDES E RELAÇÕES DE FORÇAS NUMA SOCIEDADE, AS QUAIS PERMITEM QUE SEJAM PRODUZIDAS E REPRODUZIDAS RELAÇÕES DE EXPLORAÇÃO E DOMINAÇÃO” (OSÓRIO, 2019, P. 21), ENCONTRA-SE DETERMINADO POR ESSA AMÁLGAMA. IMPLICADA A ESSA CONDIÇÃO DO ESTADO, A AGENDA POLÍTICA LGBTQIA+ ENCONTRA-SE ENTRE A CRUZ E A ESPADA (ARRUZA, ET. AL, 2019). SENDO O ESTADO AGENTE DUPLO DE NORMATIZAÇÃO SEXUAL, DE UM LADO ELE OPERA JUNTO AO CAPITAL A COMERCIALIZAÇÃO DO PROJETO DE CIDADANIA E, DO OUTRO, ANCORADO AO NEOCONSERVADORISMO, CONTRIBUI PARA O AUMENTO DA VIOLÊNCIA E DA REGULAÇÃO SOBRE GÊNERO E SEXUALIDADE NUMA CRUZADA COLONIAL E BINÁRIA HETEROCENTRADA. ENTENDE-SE QUE ESTAR ENTRE A CRUZ E A ESPADA, IMPLICA EM QUERER “ENTREGAR MULHERES E PESSOAS LGBTQ+ À DOMINAÇÃO RELIGIOSA E PATRIARCAL, ENQUANTO OUTRO NOS SERVIRIA EM UMA TRAVESSA PARA A PREDAÇÃO DIRETA DO CAPITAL” (ARRUZA, ET. AL, 2019, P. 73). A SÍNTESE É QUE ESSA AMÁLGAMA CONTRIBUI PARA REGULAÇÃO DO ESTADO SOBRE A SEXUALIDADE AO DIMINUI SUA FUNÇÃO SOCIAL, LANÇANDO AO MERCADO PROTEÇÃO SOCIAL E “CIDADANIA”, E NA (RE)PRODUÇÃO DE UM IDEOLOGIA ANTI-LGBTQIA+. ESSE PROCESSO APROFUNDAR A MARGINALIZAÇÃO DE LGBTQIA+ MARCADOS POR RAÇA E CLASSE, E DESAFIA A AGENDA POLÍTICA LGBTQIA+ NA PRODUÇÃO DE ALTERNATIVAS POLÍTICAS ATRELADAS A UM PROJETO DE EMANCIPAÇÃO.