REFLETIR DE QUE MODO DISPOSITIVO DA SEXUALIDADE, ENQUANTO GERENCIAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO DOS CORPOS, UTILIZA DO DISCURSO PSIQUIÁTRICO AO PATOLOGIZAR OS MODOS DE RELACIONAR-SE DE PESSOAS AUTISTAS. AS ANÁLISES APRESENTADAS FORAM PROMOVIDAS A PARTIR DO PENSAMENTO DE MICHEL FOUCAULT, EM DIÁLOGO COM OS ESTUDOS DE GÊNERO, A FIM DE DESCONSTRUIR NARRATIVAS TELEOLÓGICAS E BIOLOGIZANTES, COMPREENDE-SE OS MARCADORES SOCIAIS DA DIFERENÇA COMO CATEGORIAS SOCIALMENTE CONSTRUÍDAS E, PORTANTO, HISTÓRICAS E RELACIONAIS. A EXPANSÃO DO CAMPO DOS ESTUDOS DE GÊNERO GARANTIU A VISIBILIDADE ACADÊMICA NECESSÁRIA PARA QUE NOVOS TEMAS FOSSEM ABORDADOS, A CONSTRUÇÃO DE NOVAS FERRAMENTAS DE ANÁLISE, INTERPRETAÇÃO E PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO. DESCENTRALIZANDO A COMPREENSÃO MÉDICA ACERCA DO AUTISMO, ADOTAREMOS O MOVIMENTO DA NEURODIVERSIDADE ORGANIZADA POR AUTISTAS QUE DEFENDEM O DIREITO DE SEREM NEUROLOGICAMENTE DIFERENTES E, PORTANTO, NÃO CONSIDERADOS COMO PORTADORES DE UM TRANSTORNO A SER DIAGNOSTICADO E TRATADO. PERANTE A ANÁLISE, FOI POSSÍVEL OBSERVAR QUE O DISCURSO MÉDICO-CIENTÍFICO FAZ PARTE DE UMA BIOPOLÍTICA QUE DIALOGA COM AS QUATRO ESTRATÉGIAS DO DISPOSITIVO DA SEXUALIDADE: O CONTROLE DA COMUNICAÇÃO ORGÂNICA COM O CORPO SOCIAL (MULHER HISTÉRICA), PEDAGOGIZAÇÃO DO SEXO DA CRIANÇA, SOCIALIZAÇÃO DAS CONDUTAS DE PROCRIAÇÃO E A PSIQUIATRIZAÇÃO DO PRAZER PERVERSO. PORTANTO, A GOVERNAMENTALIDADE DOS DIVERSOS MODOS DE VIVENCIAR A SEXUALIDADE ESTÁ EMBEBIDA DE VALORES EUGENISTAS E HIGIENISTAS QUE UTILIZAM DA PATOLOGIA PARA “FAZER VIVER” O HOMEM, BRANCO, EUROPEU, CAPACITADO, PRODUTIVO E CRISTÃO, ENQUANTO “DEIXA MORRER” CORPOS CONSIDERADOS DESVIANTES.